VIDA URBANA
Dia de 'Greve Geral' termina em João Pessoa com manifestação na Lagoa
Manifestações ao longo do dia afetaram transporte público, educação e serviços na Paraíba.
Publicado em 14/06/2019 às 8:02 | Atualizado em 14/06/2019 às 17:53
O dia de 'Greve Geral', convocada nacionalmente para esta sexta-feira (14), em João Pessoa, está terminando com protesto de manifestantes contrários à Reforma da Previdência no Parque da Lagoa, Centro. O grupo, formado em maioria por professores, alunos, servidores públicos e sindicalistas, está concentrado no local desde às 15h e deram uma volta no entorno do palco, acompanhados de um trio elétrico do qual foram proferidas declarações por parte de lideranças políticas do estado.
A parte aos atos da Lagoa, um outro protesto foi registrado pela Superintendência de Mobilidade Urbana de João Pessoa (Semob-JP) nas imediações do viaduto das 3 lagoas desde às 17h43.
Ao longo do dia, devido às manifestações, o transporte público e uma série serviços na Paraíba ficaram comprometidos. Ônibus coletivos não circularam em João Pessoa nas primeiras horas da manhã. Ao longo dia apenas 75% da frota operante circulou na capital. Os trens da Região Metropolitana também não e só voltaram a funcionar às 16h01, segundo informações da CBTU. A operação, com apenas um trem, será até o encerramento da grade horária até as 19h38.
Desde o começo da manhã protestos estão bloqueando algumas ruas na capital. O movimento, liderado por diferentes sindicatos, é contra a Reforma da Previdência e outras ações do governo do presidente Jair Bolsonaro.
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Transporte público em João Pessoa
De acordo com o Sindicato das Empresas de Transportes Coletivos Urbanos de João Pessoa (Sintur-JP), a frota de ônibus na capital ficou absolutamente comprometida com bloqueio nas garagens dos ônibus durante boa parte da manhã.
De acordo com o presidente da entidade, no começo da manhã, alguns ônibus conseguiram sair, mas pouco depois, todos foram impedidos de circular. Por volta das 11h, o Sintur-JP informou que os bloqueios nas garagens começaram a ser liberados. A previsão é de que 75% circule durante o restante do dia.
Os trens que circulam na Grande João Pessoa também não estão operando. A paralisação começou por volta das 4h30. O sindicato da categoria decidiu, em assembleia geral, aderir ao movimento e deve, inclusive, promover um ato público ainda durante a manhã.
Transporte público em Campina Grande
Em Campina Grande, os ônibus começaram a sexta-feira circulando normalmente. No entanto, por volta das 9h50, 100% da frota foi paralisada no percurso, por conta de bloqueios na cidade.
No fim da manhã, a Justiça determinou, através de liminar, o retorno imediato da frota às ruas, mas até as 11h o sindicato dos trabalhadores do setor não tinha sido notificado. Segundo a Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos (STTP), alguns trechos ficarão sem cobertura do serviço.
Vias bloqueadas
Ainda no campo da mobilidade urbana, uma série de bloqueios impediram a circulação dos carros em vários pontos de João Pessoa . A saída do bairro dos Bancários, com sentido para o Centro, por exemplo, foi fechada desde às 4h. Manifestantes queimaram pneus e bloquearam a via. Os motoristas estão sendo orientados pelo Corpo de Bombeiros e Polícia Militar a seguir pela contra-mão para poder continuar o trajeto.
No bairro de Oitizeiro, manifestantes também se concentraram nesta sexta-feira com bloqueio no sentido para o Centro da capital. Pneus foram queimados e um grupo erguia faixas de protesto. Na BR-101, o trânsito ficou lento e difícil de transitar nas primeiras horas desta sexta-feira.
Na Avenida Liberdade, em Bayeux, na Grande João Pessoa, manifestantes bloquearam os dois sentidos da via. O local é a principal ligação entre a cidade e a capital. Como desvio, alguns motoristas usaram a ponte Sanhauá, já que a ponte do Baralho foi bloqueada.
No final da manhã os bloqueios tinham sido desfeitos e o trânsito voltou a fluir de forma normal.
Sem aulas
A greve também paralisou aulas na Paraíba. Professores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), do Instituto Federal da Paraíba (IFPB), instituições afetadas pelo corte de verbas do Ministério da Educação (MEC), pararam as atividades. O mesmo aconteceu com a Universidade Estadual (UEPB).
Na rede estadual de ensino, a Secretaria de Educação informou que a recomendação era que as aulas fossem mantidas, mas o sindicato da categoria afirmou que iria aderir ao movimento. Já na rede municipal de João Pessoa, a secretaria disse que as aulas foram suspensas.
As escolas particulares também não estão funcionando. De acordo com o sindicato, já existia no calendário de 2019 uma paralisação marcada para esta sexta, que coincidiu com o movimento nacional.
Em Campina Grande, a secretaria municipal de Educação orientou que cada diretor decidisse o que fazer. A maioria das escolas está funcionando o setor administrativo. As particulares estão tendo aulas normalmente.
Serviços parados
Entre os serviços parados nesta sexta-feira estão os bancos. Os bancários decidiram aderir ao movimento após uma assembleia realizada na terça-feira (11), seguindo orientação nacional da categoria. Os funcionários dos Correios também não estão trabalhando neste dia de 'Greve Geral'.
Em Campina Grande, funcionários de uma empresa de telemarketing foram impedidos de entrar. Manifestantes bloquearam a entrada do local, no início da manhã desta sexta-feira, no bairro do Cruzeiro.
Os funcionários das empresas de limpeza urbana da região de João Pessoa também estão integrando a movimentação desta sexta-feira.
O movimento
A greve foi convocada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), em parceria com a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e União Geral de Trabalhadores (UGT) e também conta com apoio de entidades estudantis e partidos políticos.
"Aqui na Paraíba são várias cidades que organizaram protestos e a expectativa é muito boa, principalmente em relação a articulação. É muito importante a unidade de todos os movimentos do campo progressista da política, na luta contra os desmandos do governo Bolsonaro e contra a reforma da previdência”, afirmou o presidente do PT na Paraíba, Jackson Macêdo.
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