POLÍTICA
Após críticas de Bolsonaro, Joaquim Levy pede demissão da presidência do BNDES
Presidente da República não gostou da nomeação para o banco de um advogado que trabalhou no governo Lula.
Publicado em 16/06/2019 às 13:08 | Atualizado em 17/06/2019 às 12:15
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, pediu demissão do cargo neste domingo (16). O pedido foi enviado ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e vem um dia depois após Levy ter sido criticado publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).
“Agradeço ao ministro o convite para servir ao País e desejo sucesso nas reformas", disse Joaquim Levy. Ele agradeceu ainda aos funcionários do BNDES, "que têm colaborado com energia e seriedade para transformar o banco, possibilitando que ele responda plenamente aos novos desafios do financiamento do desenvolvimento, atendendo às muitas necessidades da nossa população e confirmando sua vocação e longa tradição de excelência e responsabilidade".
No sábado (15), Bolsonaro disse que Levy estava "com a cabeça a prêmio”. “Estou por aqui com o Levy”, afirmou o presidente em frente ao Palácio da Alvorada, pouco antes de embarcar para um evento no Rio Grande do Sul.
O motivo do descontentamento, afirmou Bolsonaro, foi a nomeação do advogado Marcos Barbosa Pinto para o cargo de diretor de Mercado de Capitais do BNDES, responsável pelos investimentos do BNDESPar, braço de participações acionárias do banco de fomento, que administra carteira superior a R$ 100 bilhões.
O presidente pediu que Levy demitisse o diretor. Para Bolsonaro, o nome não era de confiança, e “gente suspeita” não poderia ocupar cargo em seu governo. O que o presidente chamou de suspeito era o fato de Barbosa Pinto ter atuado no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no qual ele foi chefe de gabinete de Demian Fiocca na presidência do BNDES. Ainda na noite desse sábado, Barbosa Pinto entregou sua carta de renúncia ao cargo.
O próprio Joaquim Levy também fez parte dos governos petistas, foi inclusive ministro da Fazenda na gestão de Dilma Rousseff.
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