CULTURA
‘Bacurau’: filme que venceu em Cannes não recebeu congratulação do governo
Cineastas Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles fizeram declaração no Programa do Bial.
Publicado em 05/07/2019 às 13:26
Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, cineastas do filme ‘Bacurau’ - vencedor do Prêmio do Júri no Festival de Cannes 2019 - afirmaram, em entrevista ao Programa do Bial desta quinta-feira (4), que não receberam mensagem de congratulação do governo pela vitória. O longa metragem que é estrelado por Sônia Braga, conta com a participação de seis atores paraibanos no elenco.
Durante a conversa, Kleber Mendonça ainda contou que espera que o presidente Jair Bolsonaro assista à sua produção e de Juliano Dornelles. “O presidente tem todo direito de ver o filme e espero que goste. Se ele quiser, pode ver quando entrar em cartaz ou talvez a gente arranje uma sessão para ele”, disse o cineasta, acrescentando que “é importante que eles entendam o trabalho que é feito em cinema no Brasil”.
Para Kleber, o governo está investindo em uma nova política de audiovisual que desacredita o trabalho do artista. “O artista brasileiro trabalha tanto quanto médico, professor, motorista de ônibus. São todas funções absolutamente essenciais para a sociedade. Nós trabalhos 10 anos no 'Bacurau'”, ressaltou.
Na entrevista, Juliano Dornellas lembrou que a indústria cultural gera, além de impacto, emprego para a sociedade. “O retorno é enorme. Eles reclamam de subsídio, mas tudo que se faz tem subsídio, muito mais do que no cinema. A gente representa uma ameaça porque faz pensar, que gera ideia, que gera crítica.”, finalizou.
Além dos dois pernambucanos, a entrevista contou com a participação de Karim Aïnouz e Rodrigo Teixeira, cineastas do filme “A Vida Invisível de Eurídice Gusmão”, também premiado.
O filme
Bacurau foi gravado no sertão de Seridó, entre o Rio Grande do Norte e a Paraíba. As gravações terminaram em maio do ano passado. O filme conta com a participação dos atores paraibanos: Buda Lira, Thardely Lima, Suzy Lopes, Ingrid Trigueiro, Jamila Costa e Dani Barbosa.
O longa metragem conta a história de um pequeno povoado chamado Bacurau, que vive de forma tranquila até a morte de uma de suas habitantes mais velhas, dona Carmelita, aos 94 anos. Com isso, os moradores descobrem que a comunidade desapareceu do mapa e a tranquilidade do local fica ameaçada.
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