VIDA URBANA
Servidores de Bayeux entram em greve
Categoria reivindica melhorias salariais e de condições de trabalho para diversos setores; professores querem pagamento de piso nacional.
Publicado em 11/04/2014 às 6:00 | Atualizado em 19/01/2024 às 15:11
Os servidores municipais de Bayeux, cidade da Região Metropolitana de João Pessoa, entrarão em greve por tempo indeterminado a partir de segunda-feira. A decisão foi tomada na manhã de ontem, durante assembleia realizada no Centro de Formação da Igreja São Sebastião, localizado no bairro do Sesi. A categoria reivindica melhorias salariais e de condições de trabalho para diversos setores.
Os profissionais de ensino, entre outras demandas, querem o pagamento do piso salarial nacional, o descongelamento da gratificação para os professores, mais segurança nas escolas, além de fornecimento de uniformes pela prefeitura e garantia do calendário de férias.
No que diz respeito aos profissionais da saúde, a categoria solicita o cumprimento do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR), isonomia salarial entre agentes de combates às endemias (ACEs) e agentes comunitários de saúde (ACSs), bem como as gratificações do Sistema Único de Saúde (SUS) e o pagamento dos adicionais de insalubridade, periculosidade e risco de vida.
Para o pessoal de apoio, é exigido o cumprimento do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração, jornada de trabalho de 6 horas por dia em sistema de horário corrido, além do pagamento de gratificações e de vale transporte para os funcionários.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Bayeux (Sintramb), Antônio Radical, os servidores vêm buscando dialogar com a administração municipal desde o início da atual gestão, porém sem sucesso.
“Para se ter uma ideia das negativas da prefeitura, protocolamos em junho do ano passado um ofício pedindo uma reunião para tratar de assuntos de interesse da categoria e ela sequer enviou uma resposta. Isso mostra o total descaso do prefeito”, ressaltou.
“No caso dos secretários, alguns até manifestaram abertura para o diálogo, mas não avançaram na resolução dos problemas. Fizemos duas reuniões com a Coordenadoria de Segurança, uma com a Secretaria de Saúde, outra com a Secretaria de Educação e nenhuma com a Secretaria de Administração, porque não conseguimos encontrar o secretário na cidade. Continuamos à disposição da prefeitura e de todas as secretarias para conversar e negociar”, acrescentou.
1,2 MIL ALUNOS SEM AULAS
Na Escola Estadual Professor Antônio Gomes, localizada no Mário Andreazza, no município de Bayeux, na Região Metropolitana de João Pessoa, as aulas ainda não começaram.
O motivo é uma reforma não concluída, e a situação está gerando protestos de alunos e professores, que estiveram na Secretaria de Estado da Educação (SEE) na tarde de ontem. De acordo com o professor Lissandro Saraiva, mil alunos já pediram transferência para outras escolas devido ao problema.
Outros 1,2 mil estudantes permanecem matriculados aguardando o início das aulas.
Interditada por problemas estruturais e de higiene, em junho do ano passado, a escola passa por uma reforma fundamental para o seu funcionamento. De acordo com o professor Lissandro, o fim da reforma havia sido prometido para o dia 30 de março, o que não foi cumprido, e no momento as obras estão paradas.
O professor destacou que a escola é a maior de Bayeux, e a única do Mário Andre- azza que oferece aulas do ensino médio.
Ele acredita que pelo fato de a escola estar localizada em um bairro de periferia o descaso é maior.
Na reunião que ocorreu na SEE ontem estiveram presentes Bárbara Lins, chefe de gabinete, e Thiago Dantas, assessor jurídico da secretaria. Representando a escola havia tanto estudantes, quanto professores e pais de alunos. A secretária Márcia Lira não se encontrava no local quando o grupo chegou.
Durante a reunião ficou acertado que os representantes da SEE se juntaram aos representantes da escola e da empresa responsável pela reforma na manhã da próxima terça-feira, para que se discuta uma solução para o problema.
“Nós professores nos dispomos a iniciar as aulas se pelo menos a metade da reforma for concluída. A escola é grande, tem 20 salas, se conseguirmos pelo menos ter 10 salas em condições de uso já dá para ter aulas”, disse Lissandro Saraiva.
Por e-mail, a assessoria da SEE informou que a secretaria quer solucionar o problema o mais breve possível com a retomada da reforma de maneira emergencial ou a troca da empresa responsável pela obra. A assessoria afirmou ainda, que os alunos não terão prejuízo em relação às aulas porque um calendário especial será desenvolvido.
SEM CONDIÇÕES
A Escola Estadual Professor Antônio Gomes foi fechada pelo Ministério Público em 20 de junho do ano passado. Também participaram da ação o Conselho Tutelar, Bombeiros, Vigilância Sanitária, Polícia Militar e Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea).
Foram muitas as irregularidades encontradas. “Só para citar alguns exemplos: a caixa d’água tinha 20° de inclinação, os banheiros ficavam ao lado da cozinha e já caiu reboco em cima de um aluno. Quando chove alaga, chega a juntar 20 cm da água”, relatou o professor Lissandro Saraiva.
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