Setembro Amarelo: Campanha de prevenção ao suicídio começa neste domingo

O mês de setembro, que se inicia neste domingo (1º),  é marcado pela campanha brasileira de prevenção ao suicídio, batizada como ‘Setembro Amarelo’. A iniciativa é do Centro de Valorização da Vida (CVV), do Conselho Federal de Medicina (CFM), e da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em referência ao Dia Mundial de Prevenção do Suicídio, comemorado no próximo dia 10.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é a terceira maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos de idade, e em crianças, o problema é a sétima causa de óbitos entre os 10 e 14 anos de idade. A partir dos dados da OMS também é possível afirmar que 90% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais, diagnosticados ou não, tratados de forma incorreta ou não tratados, e podem ser prevenidos.

No Brasil, o suicídio é considerado um problema de saúde pública, já que, ainda de acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde, cerca de 30 pessoas por dia tiram a própria vida no país. Os números são maiores do que a quantidade de vítimas de AIDS e de alguns tipos de câncer, por exemplo.

De acordo com a psicóloga Cristina Costa, a ciência não indica uma única causa para o comportamento suicida, já que a ação é uma consequência do sofrimento psíquico, subjetivo à cada indivíduo.  Entretanto, pelos grandes números de pessoas com depressão, pode-se afirmar que a doença tem se tornado um “pré-requisito” na forma como se trata pessoas com comportamentos indicadores ao suicídio. 

“A pessoa não quer [tirar a própria vida]. Não é uma escolha, é uma condição de sofrimento, é o resultado do sofrimento. O senso comum trabalha na condição da culpa ou no âmbito religioso, mas é uma condição psíquica.”, comenta Cristina.

O Ministério da Saúde alerta para alguns sinais que podem indicar a intenção da prática. Entre eles, estão: Mudanças de comportamento repentinas, isolamento, comportamento depressivo, agravamento de problemas de conduta e falta de perspectiva. No último ponto,  podem se incluir diversos fatores sociais, como perda de emprego, discriminação por orientação sexual e identidade de gênero, agressões psicológicas ou físicas, conflitos familiares e outros fatores que possam vulnerabilizar ainda mais pessoas com distúrbios psicológicos. 

Além desses, outras questões, como exposição ao agrotóxico, ausência de autocuidado, perda de um ente querido, doenças crônicas, dolorosas e/ou incapacitantes, entre outros podem ser fatores que vulnerabilizam, ainda que não possam ser considerados como determinantes para o suicídio. Sendo assim, devem ser levados em consideração se o indivíduo apresenta outros sinais de alerta para o suicídio. O Centro de Valorização da Vida (CVV) dispõe do número telefônico 188 durante 24 horas por dia, para ouvir pessoas em iminência ao suicídio.

Ações

De 10 a 12 de setembro, no auditório do Colégio Agrícola Vidal de Negreiros, no campus III da Universidade Federal da Paraíba, em Bananeiras, irá acontecer o IV seminário de Valorização da Vida - Setembro Amarelo. No evento, serão realizados flashmobs e palestras de conscientização sobre o suicídio e temas relacionados, como ansiedade, depressão, abusos e bullying.

Já nas proximidades de Campina Grande, no distrito de São José da Mata, vai acontecer o evento "Cultive a Vida #Amor", que irá contar com palestras no CAPS do distrito, na Central de Aulas da Universidade Estadual da Paraíba, em Campina, e em outros lugares. O evento será marcado pela distribuição de mudas de cactos, em referência a resistência que a planta apresenta, a mesma que se espera plantar em pessoas em iminência ao suicídio. A ação acontece entre os dias 10 e 27 de setembro, alternadamente.

*Sob supervisão de Jhonathan Oliveira