CULTURA
Orquestra Sinfônica Jovem da PB homenageia maestro José Cerqueira
Apresentação acontece na sala que leva o nome do homenageado.
Publicado em 12/09/2019 às 10:54 | Atualizado em 12/09/2019 às 16:35
Um concerto da Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba homenageia, nesta quinta-feira (12), o maestro e compositor paraibano José Siqueira. A apresentação acontecece na sala que leva o nome do homenageado, no Espaço Cultural José Lins do Rêgo, em João Pessoa, a partir das 20h30, e a entrada é gratuita.
O concerto vai ser gravado para integrar um documentário sobre a vida e a obra de Siqueira, dirigido por dirigido por Rodrigo Marques, sobrinho neto do homenageado, e Eduardo Consomi.“É um momento muito feliz, um momento de celebração, para todos nós, um momento de muita importância para o projeto da Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba”, disse o maestro Luiz Carlos Durier sobre o concerto desta quinta-feira.
Este 6º Concerto Oficial da Temporada 2019 terá regência do maestro titular Luiz Carlos Durier e participação do solista Iberê Carvalho, violista paraibano e ex-integrante da Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba, que hoje estuda pós-graduação em uma universidade de Colônia, na Alemanha.
Iberê Carvalho vai participar da execução do “Concertino para Viola e Orquestra de Câmara”, de José Siqueira (1907-1985), autor da maioria das músicas que compõem o programa deste concerto, a exemplo do Poema Sinfônico “O Estoiro da Boiada”, além de “Dança Nordestina”, “Primeira Dança Brasileira – Jongo” e “Terceira Dança Brasileira” – Batuque”.
O concerto contará também com a “Suíte em Dó Maior, Op. 13 “A Jean Huré”, de Alfredo Casella (1883-1947), e “Caymmi, Mulheres (Marina, Dora e Rosa Morena)”, composição de Wellington das Mercês (1973).
“A vida tem nos proporcionado aqui na Paraíba grandes emoções, grandes alegrias, e uma delas é exatamente poder participar com a Orquestra Sinfônica Jovem de um documentário sobre a vida e a obra do grande maestro, paraibano, brasileiro, do mundo, José Siqueira. Um grande e ilustre paraibano que muito nos orgulhou e que muito fez pela música do Brasil e do mundo também”, comemora o maestro Luiz Carlos Durier.
“Nós fomos convidados pelos dois cineastas, Rodrigo Marques e Eduardo Consomi, para fazer parte deste documentário. E tudo ocorreu quando Rodrigo esteve na Paraíba fazendo algumas pesquisas para o seu trabalho e que ouviu como a Orquestra Sinfônica Jovem trabalhava, como ela crescia a cada momento do ensaio. Ele e Josélia Ramalho, também sobrinha neta de José Siqueira, professora da UFPB e ex-integrante da sinfônica, fizeram a proposta e eu abracei imensamente”, contou.
Para o violista Iberê Carvalho, o momento é de celebração. “Estou muito feliz com esse concerto, não só pela oportunidade de mostrar meu trabalho, mas principalmente por estar de volta a minha terra tocando com essa orquestra jovem da qual fiz parte durante vários anos, onde fiz amigos e parceiros musicais que levo até hoje. Outra honra é poder tocar essa obra maravilhosa do maestro José Siqueira e fazer parte da gravação desse documentário, que é de extrema importância para o patrimônio cultural do Estado”, ressaltou.
O homenageado
José de Lima Siqueira nasceu no município de Conceição, no Alto Sertão paraibano, em 1907. Foi compositor, maestro, acadêmico e fundador de vários institutos de música e arte. Regente e compositor reconhecido em nível internacional, teve grande importância como educador, pelo papel de liderança que exerceu no meio musical de sua época e pela participação da criação de várias entidades de classe e culturais, tornando-se uma das grandes figuras da música brasileira no século XX.
Durante sua juventude, atuou em bandas de música de várias cidades do interior da Paraíba, tocando instrumentos como saxofone e trompete. No Rio de Janeiro, foi integrante das tropas que tinham sido recrutadas para combater a Coluna Prestes e logo ingressou na Banda Sinfônica da Escola Militar, como trompetista.
Estudou composição com Francisco Braga e Walter Burle-Marx, no antigo Instituto Nacional de Música, e formou-se em Composição e Regência, em 1933, iniciando sua carreira de compositor e regente no Brasil e no exterior, em grandes orquestras dos Estados Unidos, Canadá, França, Portugal, Itália, Holanda, Bélgica e Rússia, entre outros países. José Siqueira deixou uma vasta obra composta de óperas, cantatas, concertos, oratórios, sinfonias e música de câmara, para instrumentos solo e para voz.
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