POLÍTICA
Calvário: Ex-secretário de Educação diz que abre sigilos para provar inocência
Aléssio Trindade foi exonerado pelo governador João Azevêdo.
Publicado em 10/10/2019 às 10:26 | Atualizado em 10/10/2019 às 13:52
O agora ex-secretário de Educação da Paraíba Aléssio Trindade se posicionou nesta quinta-feira (11) sobre a 5ª fase da Operação Calvário, realizada na quarta-feira (10). Exonerado pelo governador João Azevêdo (PSB), Aléssio disse que está diposto a abrir os sigilos fiscal e bancário para comprovar inocência.
Aléssio foi alvo de mandado de busca e apreenssão na quarta-feira (10). De acordo com o Ministério Público, a investigação contra ele ocorre por causa da inexigibilidade de licitação nos contratos suspeitos. O procedimento teria sido a porta de entrada para as irregularidades.
O ex-secretário disse, nas redes sociais, que pediu exoneração para se dedicar a exercer o direito de defesa e “comprovar cabalmente a probidade e licitude” das condutas que praticou no cargo.
“Informo que estou à disposição de qualquer investigação, que disponibilizo espontaneamente meus sigilos bancário e fiscal, e que confio na justiça na busca, sempre, da verdade real”, afirmou Aléssio Trindade.
De acordo com as investigações da Calvário, na Educação do estado o esquema criminoso atuou na aquisição de materiais didáticos. O ex-secretário executivo de Turismo Ivan Burity, que foi preso, era o especialista na abertura de caminho para contratação das empresas, mediante contratos fraudulentos e o consequente recebimento de propina.
Três empresas são relacionadas no suposto esquema: Conesul Plus, do empresário Márcio Nogueira Vignoli e gerenciada por Hilário Ananias Queiroz Nogueira; Brink Mobil, cujo sócio-administrador é Valdemar Ábila, e a Grrafset, de Vladmir Neiva. As investigações também apontam a existência de outras empresas que também teriam contribuído com o esquema de pagamento e recebimento de propina ao grupo criminoso. Entre elas está a Editora Inteligência Relacional, ligada a Jardel Aderico da Silva, também preso na atual fase da operação.
Segundo as investigações, a empresa Conesul Plus chegou a pagar R$ 2 milhões em propinas por um contrato de pouco mais de R$ 2,3 milhões. Esse, no entanto, foi o ponto de entrada para contratos maiores em seguida, com cifras totais superiores a R$ 55 milhões. Em delação premiada, a ex-secretária de Administração do Estado, Livânia Farias, contou que sequer conhecia os fornecedores. Eles eram trazidos por Ivan Burity, que fazia, mais tarde, o papel de arrecadador das propinas, que giravam em torno de 15% dos contratos.
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