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POLÍTICA

Ricardo entra com habeas corpus no STJ para tentar se livrar de prisão

Defesa pede que seja concedida uma liminar para garantir a liberdade do ex-governador, que está fora do país.

Publicado em 19/12/2019 às 9:45 | Atualizado em 19/12/2019 às 18:20


                                        
                                            Ricardo entra com habeas corpus no STJ para tentar se livrar de prisão

				
					Ricardo entra com habeas corpus no STJ para tentar se livrar de prisão
Ricardo diz que vai provar inocência (Foto: Rizemberg Felipe). RizembergFelipe*

Principal alvo da 7ª fase da Operação Calvário, o ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) entrou com habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ), na quarta-feira (18), para revogar o mandado de prisão preventiva expedido pelo Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB). Ricardo está fora do país, mas disse que vai retornar para provar a inocência. Ele é suspeitro de comandar uma organização criminosa que desviou recursos da Saúde e da Educação da Paraíba através de organizações sociais.

O habeas corpus de Ricardo foi impetrado no STJ advogado Gilson Dipp, que é ex-ministro da Corte. A defesa quer que seja concedida uma liminar para a revogação da prisão preventiva e, em caso contrário, ela seja substituída pela aplicação de medidas cautelares.

>> Confira áudio no qual Ricardo Coutinho supostamente cobra propina da Cruz Vermelha

A defesa afirma que os fatos listados na decisão do desembargador Ricardo Vital não são suficientes para justificar a prisão preventiva. E para isso, levanta uma série de pontos. Diz por exemplo, que a questão da garantia da ordem pública não se justifica, pelo fato de Ricardo não ter mais relações com o governo do Estado, destacando o rompimento entre ele e o governador João Azevêdo (sem partido).

“A prisão preventiva do Paciente [Ricardo] não se justifica, em razão da estrutura do governo atual ter se alterado profundamente, tendo os próprios servidores investigados sido exonerados pela nova gestão”, diz a defesa, numa referência aos ex-secretários alvos da Operação Calvário. “Logo por não mais ocupar o cargo em função do qual supostamente teriam sido praticados os delitos imputados, nem mesmo ter sido mantida a estrutura do governo da época das investigações, não persiste qualquer risco de reiteração delitiva pelo paciente”, reforça.

Os advogados afirmam também que a prisão não pode ser fundamentada apenas em colaboração premiada. “O depoimento do colaborador necessita ser corroborado por fontes diversas de prova, sendo a narrativa do colaborador e os elementos unilateralmente apresentados por ele insuficientes para justificar a imposição da medida cautelar”. O delator apresentou áudios de uma conversa com o ex-governador em que os dois tratam do repasse de propina.

Em caso da negativa de revogação da prisão, a defesa pede aplicação de medidas cautelares diversas e cita como justificativa o fato de Ricardo ter a guarda do filho pequeno, depende único e exclusivamente dele para o sustento.

“Por ser figura pública, a decretação de seu cárcere, desprovido dos requisitos exigidos por lei, tem o condão de causar-lhe substantivo prejuízo, sobretudo pelo constrangimento causado em razão acompanhamento midiático feito em torno de sua pessoa, por ser ex-Governador do Estado da Paraíba”, diz um trecho do pedido.

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Jhonathan Oliveira

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