VIDA URBANA
Justiça dá prazo para Prefeitura de JP justificar reajuste nas passagens de ônibus
Semob avisa que ainda não foi notificada, mas que está preparada para repassar todas as informações necessárias.
Publicado em 05/02/2020 às 8:52 | Atualizado em 06/02/2020 às 9:31
A Prefeitura de João Pessoa tem um prazo de 72 horas para justificar na Justiça o aumento das tarifas de ônibus. A determinação foi dada na terça-feira (4) a partir de um mandado de segurança coletivo que pede o fim do aumento da tarifa de passagem urbana de João Pessoa. A ação requer uma liminar até que o mérito da questão seja analisada.
A ação foi movida pelo diretório municipal do Partido Socialismo e Liberdade (Psol) da capital paraibana e tem como alvo a Prefeitura de João Pessoa e a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob-JP). Ela está tramitando na Vara da Fazenda Pública da Comarca da Capital e o pedido para que os citados se pronunciem sobre o caso num prazo máximo de 72 horas foi da juíza Silvanna Gouveia Cavalcanti.
Nas justificativas do mandado de segurança coletiva, aliás, a legenda classifica o reajuste como sendo um “ato ilegal”, quando a tarifa pulou de R$ 3,80 no pagamento pelo cartão do Passe Legal e R$ 3,95 no pagamento em dinheiro para R$ 4 e R$ 4,15 respectivamente.
E ilegal, ainda de acordo com o Psol de João Pessoa, porque o reajuste foi colocado em prática num domingo (26 de janeiro), menos de 48 horas depois de ter sido aprovado na tarde da sexta-feira (24 de janeiro), o que pegou a população completamente desprevenida.
A ação alega ainda que falta razoabilidade no reajuste. E lembra que um trabalhador que recebe o salário mínimo, e que precisa pegar dois ônibus por dia, ao fim de um mês passará a gastar 23% de seu salário apenas com passagens de ônibus.
O Psol destaca ainda que João Pessoa possui hoje a maior tarifa dentre as capitais do Nordeste e que o reajuste de 5,29% ficou superior a inflação do período, que foi de 4,31%. Algo que, segundo a ação, “autoriza a concluir que houve majoração de preços de forma excessiva, violando o princípio da modicidade das tarifas”.
A reportagem entrou em contato com as assessorias da Prefeitura de João Pessoa e da Semob. A PMJP não respondeu. Já a Semob informou que ainda não foi notificada a respeito da decisão judicial.
O órgão, no entanto, disse que está preparado para fornecer à Justiça qualquer informação que venha a ser requerida para o esclarecimento do caso.
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