CULTURA
Enredo sobre Fernanda Benvenutty vence Carnaval Tradição de João Pessoa
Bicampeã, Unidos do Roger leva o título no último carnaval de Benvenutty e no primeiro sem ela.
Publicado em 25/02/2020 às 14:52 | Atualizado em 26/02/2020 às 10:01
Um título histórico no Carnaval Tradição de 2020. Simbólico, também. Dado à escola de samba Unidos do Roger, do coração da ativista Fernanda Benvenutty, justamente no ano em que ela era a homenageada e na primeira edição após a sua morte, que aconteceu em 2 de fevereiro, a menos de um mês dos desfiles deste ano.
Benvenutty tinha 57 anos, era militante do movimento LGBTQI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) e tinha uma longa história tanto com a agremiação campeã desse ano, como com o próprio carnaval pessoense.
>> Unidos do Roger, Urso Batucada, Piratas e Africanos são os campeões do Carnaval Tradição 2020
Na época de sua morte, aliás, ela era a presidente da Unidos do Samba. A decisão de homenageá-la, inclusive, havia acontecido ainda em 2019, mas foi considerada como algo ainda mais importante após sua morte por complicações provocadas por um câncer no estômago.
O detalhe é que a Unidos do Roger, com o título de 2020, se sagrou bicampeã consecutiva. Isso significa que a escola do Roger foi campeã no último carnaval da vida de Fernanda Benvenutty e no primeiro após sua morte.
Como diz o samba-enredo que foi cantado na avenida e divulgado oficialmente um dia depois da morte da ativista, “Fernanda Benvenutty, seu legado é imortal”.
Ao longo da melodia, os compositores Rafael Nunes e Nininho do Pandeiro contam ainda a história da técnica em enfermagem que nasceu em Remígio, no Agreste da Paraíba, foi parteira, artista circense e que lutou pela conquista de direitos de várias comunidades da Paraíba e do Brasil.
À época de sua morte, a amiga Rejane Cristine falou sobre a ativista:
“Fernanda era muito dedicada, muito mãezona, amigona. Graças a Deus ela chegou a ver a nossa homenagem”, destacou.
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