Isolamento mais rígido começa com bloqueios em oito cidades da Região de JP

O trabalho educativo e de conscientização da população sobre as medidas mais rígidas para circulação de pessoas e veículos para contar o avanço do novo coronavírus na Região Metropolitana de João Pessoa teve início nesta segunda-feira (1º). As regras são válidas até o dia 14 de junho para as cidades de João Pessoa, Bayeux, Santa Rita, Cabedelo, Conde, Caaporã, Alhandra e Pitimbu.

Na capital, até a quarta-feira (3), serão realizados bloqueios em 12 pontos para orientar a população sobre o cumprimento do decreto estadual, assinado pelo prefeitos dos oitos municípios da região, que concentra mais de 70% dos casos positivados para Covid-19 na Paraíba. O trabalho terá início as 7h, em 12 pontos instalados em várias regiões da cidade e inclui a distribuição de máscaras de proteção.

Neste primeiro dia, foram realizadas barreiras educativas nas principais vias da capital: Epitácio Pessoa, Trancredo Neves, Hilton Souto Maior e no Acesso Oeste, além de outras vias nos bairros de Mangabeira, Mandacaru, Varjão, Geisel e Valentina.

“O nosso objetivo é orientar e disciplinar a circulação de carros e pessoas em ruas, avenidas e demais espaços públicos, com exceção dos deslocamentos que se façam imprescindíveis. É um trabalho de fiscalização e blitzes volantes, localizados nos limites e nas áreas de maior circulação da cidade. Queremos primeiramente conscientizar a população sobre a importância do isolamento social para combater a disseminação do Coronavírus”, afirmou secretário de Desenvolvimento Urbano (Sedurb), Zennedy Bezerra.

Os pontos de bloqueio terão a participação da Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob), Guarda Municipal, Secretaria de Desenvolviumento Urbano (Sedurb), Polícia Militar (PM), Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PB), Batalhão de Policiamento de Trânsito (BPTran) e Companhia de Polícia de Trânsito (CPTran).

Restrições

A primeira fase do período é de conscientização. Só a partir da próxima quinta-feira (4) poderão ser aplicadas sanções em caso de descumprimento. O documento prevê a restrição da circulação de pessoas que não atuam em serviços essenciais e aumenta a fiscalização em estabelecimentos comerciais em João Pessoa e cidades da Região Metropolitana (Santa Rita, Cabedelo, Caaporã, Conde, Bayeux, Alhandra e Pitimbu).

Também serão feitas fiscalizações diárias nas entradas e saídas destes oito municípios com apoios da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PB), Guarda Civil Municipal, Secretaria de Desenvolvimento Urbano e outras secretarias das estruturas do Estado e prefeituras.

Quem descumprir as medidas definidas no decreto poderá ser enquadro no artigo 268 do Código Penal, que prevê prisão de um mês a um ano de prisão e mais multa, que poderá variar de R$ 2 mil a R$ 75 mil.

> Veja quem pode sair de casa durante a vigência do “isolamento social rígido” 

Assinaram o decreto, o governador João Azevêdo e os prefeitos Luciano Cartaxo (João Pessoa); Emerson Panta (Santa Rita); Vitor Hugo (Cabedelo); Jefferson Kita (Bayeux); Márcia Lucena (Conde); Leonardo Carneiro (Pitimbu); Kiko Monteiro (Caaporã); e Renato Mendes (Alhandra).

O que muda com o novo decreto:

Plano de Flexibilização

O governador João Azevêdo (Cidadania) apresentou neste domingo (31) o plano de flexibilização da economia para ser implementado a partir do dia 15 de junho. As medidas só serão postas em prática depois da vigência do decreto que estabeleceu o “isolamento social rígido” nos municípios da Região Metropolitana de João Pessoa. Ao todo, oito cidades terão que cumprir medidas mais duras.

Na live divulgada nas redes sociais, o governador anunciou a criação de quatro bandeiras classificatórias. Avaliações serão revistas a cada 15 dias, com a possibilidade de progressão ou retorno a medidas mais duras de isolamento.

Sem Lockdown

Na live deste domingo João voltou a negar que esteja acontecendo lockdown nos municípios paraibanos. Ele alega que a medida exigiria uma demanda de pessoal que não seria possível para o Estado. Seria necessário uma unidade com o governo federal, uma disposição que não tem sido possível. O gestor alegou que as medidas mais duras foram necessárias para evitar o colapso na rede hospitalar.

O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), também se posicionou sobre a polêmica. “Queremos tranquilizar a população de que não estamos decretando lockdown. Um passo precisa ser dado de cada vez e o condicionante para conquistarmos a possibilidade de dar reinício à normalidade, ou iniciar uma nova normalidade, é justamente o resultado do que fizermos juntos agora”, afirmou.

Sindicatos como o da construção civil criticaram a medida adotada pelo governo estadual e prefeituras da Região Metropolitana de João Pessoa. A Sinduscon- JP classificou o ato como tirânico.

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