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VIDA URBANA

Alagamentos ainda causam transtornos

Mesmo com céu aberto, avenida Beira Rio ainda está alagada por causa da cheia do rio Jaguaribe e requer atenção dos motoristas.

Publicado em 15/06/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 13:16


Após dois dias de chuvas intensas em João Pessoa, a cidade ontem amanheceu com o céu aberto, sem nuvens, porém os estragos deixados pelas precipitações continuam causando transtornos aos moradores da capital. A Avenida Ministro José Américo de Almeida, mais conhecida como Beira Rio, está alagada em virtude da cheia do rio Jaguaribe. Motoristas temem prejuízos nos veículos, inclusive a perda das placas de identificação.

Na manhã de ontem, muitos motoristas se arriscavam na travessia da avenida que ficou encoberta pelas águas do rio, no entanto a Superintendência de Mobilidade Urbana (Semob) de João Pessoa informou que embora o tráfego na via esteja liberado para a passagem de veículos, carros de pequeno porte devem evitar o caminho. Como consequência do alagamento, o trânsito flui com lentidão. A Semob afirmou que não há outra via na cidade que esteja com a situação semelhante à Beira Rio, pois onde foram registrados os pontos de alagamento na última quinta-feira, a água já foi escoada e o tráfego voltou ao normal.

A advogada Ana Queiroga passou pelo local em seu veículo, mas além de ter a placa do carro retirada pela força da água, se preocupou com o mecanismo do veículo. “A placa é o de menos, até já resolvi esse problema, mas a preocupação maior é se tiver danificado alguma parte mecânica do carro, porque aí o prejuízo é maior”, relatou.

Para recuperar a placa do veículo, Ana Queiroga retornou ao trecho alagado e pagou a um rapaz a quantia de R$ 30 para ter o item de volta. O motivo é que embora as consequências das chuvas causem prejuízo para uns, outros encontram um meio de ganhar dinheiro com a situação. É o caso de um desempregado que preferiu não se identificar. Ele fica no ponto de alagamento da Beira Rio, catando do chão as placas que caem do veículo.

“Quando eu vejo o carro saindo da água sem a placa já faço o sinal para o motorista. Procuro as placas com os pés e guardo. Depois os motoristas voltam, dizem qual é a placa e me pagam por elas”, relatou, sem o menor pudor. “Estou ganhando meu dinheirinho”, completou.

Já o empresário Alvary Candeia não teve a mesma sorte que a advogada e maioria dos motoristas. Certo de que resgataria sua placa, voltou ao local, mas foi embora sem ela. “Antes de vir, me informei com o Detran (Departamento Estadual de Trânsito da Paraíba) sobre como recuperar a placa, através do órgão, mas é muita burocracia. Para mim, o pior é a perda de tempo, sem contar que no Detran o serviço custa R$ 150, aqui (na rua) eles cobram R$ 30, mas eu pagaria até R$ 50 pela praticidade”, declarou.

Alvary Candeia ainda comentou. “O rio encher e a cidade ter pontos de alagamento são situações corriqueiras, que acontecem todos os anos nos períodos de chuva. Sabemos que se trata de um fenômeno natural, mas ninguém faz nada para mudar o cenário”, asseverou.

COMUNIDADES
Trânsito à parte, as consequências vão além. Com a pausa das chuvas, os moradores das comunidades localizadas nas áreas de risco de João Pessoa, aproveitaram o dia de sol para realizar a limpeza das casas que ficaram tomadas pela lama, oriundas das cheias e dos deslizamentos de barreiras, como na comunidade do Timbó, no bairro dos Bancários, de onde foram retiradas 40 famílias.

Saturnino de Brito, no bairro Jaguaribe e São José, em Manaíra, também estão localizadas em áreas de risco. As três comunidades foram as localidades mais atingidas pelas chuvas intensas e constantes dos últimos dois dias. Segundo a Defesa Civil Municipal, 160 famílias dessas áreas já foram relocadas para abrigos seguros e serão beneficiadas pelo auxílio aluguel até que o condomínio da prefeitura seja concluído e entregue à população. (Colaborou Luzia Santos)

CG: PREVISÃO DE CHUVA

As chuvas que têm caído sobre Campina Grande nos últimos dias devem continuar neste fim de semana. Pelo menos é essa a previsão da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa), que apontou a manutenção dessas precipitações, só que de forma irregular, uma vez que o período chuvoso da região da Borborema está em fase final de ciclo. Por isso, a Coordenação da Defesa Civil do município se manterá em alerta para agir em caso de problemas nas áreas de risco.

Como a cidade possui 26 pontos de alagamento, principalmente localizados nos bairros de Bodocongó, Araxá, Cruzeiro, Rosa Mística, Serrotão, Cidades, Distrito dos Mecânicos e Três Irmãs, duas equipes da Defesa Civil estão se revezando para atender a população. Contudo, desde a última segunda-feira até ontem, a coordenação do órgão ainda não havia sido acionada pela população denunciando problemas, devido ao acúmulo e invasão de águas nas residências.

“Nossas equipes continuarão monitorando todas essas áreas da cidade, mas até agora não fomos acionados para nenhuma ocorrência. Como a chuva não tem sido forte, não há grandes problemas nos bairros no que diz respeito aos alagamentos. Como nós realizamos atividades preventivas, as pessoas estão bem informadas como devem agir, contudo, pela pouca intensidade da chuva nos últimos dias, o monitoramento tem sido bastante tranquilo”, destacou Ruiter Sansão, coordenador da Defesa Civil de Campina Grande. (Givaldo Cavalcanti)

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Jornal da Paraíba

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