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VIDA URBANA

Combustível derivado da palha da cana-de-açúcar é desenvolvido pela UFPB

Produto foi gerado através de enzimas produzidas por fungos do solo de usina na Paraíba.

Publicado em 02/08/2020 às 7:00 | Atualizado em 03/08/2020 às 7:53


                                        
                                            Combustível derivado da palha da cana-de-açúcar é desenvolvido pela UFPB
Foto: Rizemberg Felipe/Arquivo

				
					Combustível derivado da palha da cana-de-açúcar é desenvolvido pela UFPB
Foto: Rizemberg Felipe/Arquivo. Foto: Rizemberg Felipe/Arquivo

Pesquisadores da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desenvolveram a patente "Hidrólise enzimática da palha de cana-de-açúcar usando enzimas produzidas por fungo" para transformar resíduos da cana-de-açúcar em produtos como o etanol de segunda geração, que pode ser utilizado como combustível verde.

A iniciativa foi desenvolvida no Laboratório de Bioengenharia, do Centro de Tecnologia da UFPB. Os pesquisadores responsáveis pela patente são Felipe Santos, Sharline Melo, Amanda Carvalho, Laís Campos e Débora Jamila. Todos fazem parte do Departamento de Engenharia Química e realizaram parceria com o Centro de Biotecnologia, em João Pessoa.

De acordo com a orientadora do projeto, professora Sharline Melo, a ideia surgiu pela necessidade de desenvolver a produção de etanol sem aumentar a área de cana-de-açúcar plantada.

“O objetivo foi fazer a hidrólise da palha para produzir etanol de segunda geração. Os fungos utilizados foram isolados de uma usina da região. Vários bioprocessos têm sido desenvolvidos utilizando esses materiais e especial atenção vem sendo dada ao reaproveitamento de resíduos gerados nos diversos processos industriais”, conta Sharline.

O pesquisador Felipe Santos afirma que o aproveitamento de resíduos ocorre em diferentes setores da agroindústria e, com a palha de cana-de-açúcar, foi possível realizar a produção de etanol celulósico ou álcool de segunda geração.

“Produziu-se etanol sem aumento da área de plantação da cana-de-açúcar. Foi possível hidrolisar a palha da cana utilizando um coquetel de enzimas produzidas por fungos isolados do solo de uma usina sucroalcooleira da Paraíba. A hidrólise nada mais é que a quebra da celulose em unidades de açúcares menores, que podem ser fermentados a etanol usando microrganismos específicos e já conhecidos”, explica.

Segundo o pesquisador da UFPB, a patente possui aplicabilidade em refinarias bioenergéticas e em setores que utilizam processos de conversão de biomassas, ou derivados da natureza, para a produção de combustíveis, eletricidade e calor.

“O invento possibilita o aproveitamento de resíduos agroindustriais, a redução do impacto ambiental e menor custo na produção das enzimas para utilização nas indústrias. São benefícios e características que fazem do etanol celulósico uma fonte de energia promissora e renovável no setor de combustíveis”, destaca Santos.

Dentre as etapas necessárias para a produção de combustível, o pesquisador da UFPB ressalta a etapa de pré-tratamento da biomassa – no caso a palha da cana-de-açúcar – como fundamental no aperfeiçoamento da ação. Por meio dela, argumenta Felipe, realiza-se a desestruturação da parede celular, que precisa ser satisfatória para a celulose ficar totalmente disponível na etapa de hidrólise

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Angélica Nunes

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