VIDA URBANA
Médicos querem esclarecimentos sobre proibição de uso de celulares nos hospitais
Segundo o sindicato da categoria, enquanto não houver justificativa, a medida é ilegal.
Publicado em 02/09/2020 às 16:31 | Atualizado em 03/09/2020 às 8:38
Após a proibição do uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos dentro das unidades de saúde administradas pela prefeitura de João Pessoa, o Sindicato dos Médicos da Paraíba (Simed-PB) está solicitando esclarecimentos sobre esta proibição. Segundo a entidade, enquanto não apontarem justificativas para o ato, a medida restritiva é ilegal.
Também está proibido, de acordo com um cartaz afixado em uma das entradas do Trauminha de Mangabeira, o uso de acessórios como relógios e anéis.
Em nota, o Simed-PB afirmou que "o uso de celulares, notebooks aliados a internet e a telemedicina, se mostraram como meios úteis e são instrumentos de trabalho para os médicos. É também através de celulares de uso pessoal que os profissionais de saúde são acionados para eventuais intercorrências com pacientes, além disso, médicos usam o aparelho constantemente para discutir casos com outros especialistas, de maneira remota, como a consulta de interações medicamentosas e protocolos de outros hospitais e universidades".
A entidade ainda justificou que "o uso do celular, com todos os cuidados e medidas necessárias de higienização, também se faz necessário para pacientes internados que tiveram restrição de visitas, por exemplo, e seus familiares. Tal medida faz parte da humanização do atendimento médico".
O presidente do Simed-PB, Márnio Costa, disse que para qualquer medida restritiva, se faz necessário um amparo legal. Ele afirmou que já foram solicitados os documentos, que segundo ele, devem se pautar sobre o aspecto técnico-científico, justificando a proibição anunciada. A entidade, após o conhecimento do que tratam os documentos, vai analisar eventuais medidas que podem ser tomadas.
Entenda o caso
O secretário de saúde de João Pessoa, Adalberto Fulgêncio, proibiu o uso de celulares nas dependências de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), hospitais e Unidades de Saúde da Família (USF) da capital. Segundo ele, a medida já era uma recomendação, mas passa a ser uma determinação como forma de evitar o contágio de pacientes e acompanhantes ao novo coronavírus (Covid-19).
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de João Pessoa esclarece que enviou um ofício para as unidades de pronto atendimento e hospitais municipais com uma recomendação para tratar de questões relacionadas a salubridade. A prevenção se daria porque a higienização incorreta dos aparelhos telefônicos pode transmite o coronavírus ou até mesmo outro vírus.
Através de sua assessoria, o secretário negou que a determinação teria relação com a interdição do Trauminha de Mangabeira após denúncias das condições do atendimento na unidade ao Conselho Regional de Medicina (CRM). O atendimento foi retomado no fim de semana depois de decisão da Justiça Federal.
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