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VIDA URBANA

Mais da metade dos domicílios da Paraíba têm algum tipo de insegurança alimentar

Segurança alimentar foi verificada em 46,5% dos lares paraibanos, com queda frente a 2013.

Publicado em 17/09/2020 às 11:55 | Atualizado em 17/09/2020 às 17:58


                                        
                                            Mais da metade dos domicílios da Paraíba têm algum tipo de insegurança alimentar
Kleide_Teixeira

				
					Mais da metade dos domicílios da Paraíba têm algum tipo de insegurança alimentar
Foto: Rizemberg Felipe/Arquivo JP. Kleide_Teixeira

Em mais da metade dos domicílios paraibanos, cerca de 676 mil, há algum tipo de insegurança alimentar, de acordo com dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, divulgados nesta quinta-feira (17), pelo IBGE. O percentual de famílias nessas condições no estado (53,5%) foi maior do que as médias do país (36,7%) e do Nordeste (50,3%). O módulo avaliou a situação das residências brasileiras em relação ao acesso, à quantidade e à qualidade dos alimentos, sem comprometimento de outras necessidades.

No total, 2,24 milhões de pessoas moravam em lares em que havia algum tipo de insegurança alimentar na Paraíba. Os números, porém, não apontam que todos esses moradores passavam por insegurança alimentar, indicando apenas que habitavam em domicílios em que essa situação acontecia.

Em 33,9% do total de domicílios paraibanos a situação era de insegurança alimentar leve, ou seja, havia preocupação ou incerteza quanto ao acesso à comida no futuro. Além disso, a qualidade dos alimentos era inadequada, em decorrência de estratégias voltadas para o não comprometimento da quantidade. A pesquisa mostra que 1,41 milhão de pessoas moravam nas 429 mil residências com essas condições.

Por sua vez, a insegurança moderada foi estimada em 13,2% das famílias paraibanas, o que indica que, nesses domicílios, havia redução da quantidade de alimentos entre os adultos ou ruptura nos padrões de alimentação, como resultado da falta de comida. Ao todo, 561 mil pessoas habitavam nas 167 mil residências paraibanas enquadradas nessa situação.

Já a insegurança grave, que ocorre quando a fome passa a ser uma experiência vivida no domicílio, abrangia cerca de 80 mil lares que, juntos, somavam 272 mil moradores e representavam 6,3% do total de domicílios do estado. Nesse grau de insegurança alimentar, há redução da quantidade de alimentos também entre as crianças, como resultado da falta de comida.

Por outro lado, conforme a POF, a Paraíba apresentou a 8ª menor proporção do país de domicílios com segurança alimentar, de 46,5% do total, o que equivale a 588 mil lares e 1,72 milhão de pessoas. Nessa situação, as famílias têm acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente e sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais. O indicador também ficou abaixo das médias nacional (63,3%) e regional (49,7%).

Além disso, na comparação com os resultados de 2013, obtidos pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), a POF 2017-2018 indica que, na Paraíba, nesse intervalo de tempo, houve queda no percentual de domicílios em situação de segurança alimentar, que passou de 63,5% para 46,5%. Nesse mesmo período, também foram registradas reduções no cenário nacional, de 77,4% para 63,3%, e no Nordeste, de 61,9% para 49,7%. Enquanto isso, houve aumento nas situações de insegurança.

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Angélica Nunes

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