VIDA URBANA
Projeto do IFPB vai consertar computadores de estudantes vulneráveis
Balcão da Inclusão Digital Solidária atenderá alunos do Instituto e de comunidades ligadas à CUFA.
Publicado em 30/09/2020 às 15:41
O Instituto Federal da Paraíba (IFPB) lançou um projeto de extensão para consertar computadores de estudantes socialmente vulneráveis. Serão beneficiados alunos selecionados pelo próprio IFPB e pela Central Única das Favelas (CUFA), em João Pessoa e região metropolitana. Já os equipamentos podem ser novos ou antigos. A previsão é que as atividades do projeto sejam iniciadas neste mês e se encerrem em abril de 2021.
O projeto de extensão Balcão da Inclusão Digital Solidária (Bids) foi selecionado no edital deste ano dos Programas Internos de bolsas, ofertados pelo Departamento de Inovação, Pós-graduação, Pesquisa, Extensão, Cultura e Desafios Acadêmicos-DIPPED do Campus João Pessoa.
A ideia surgiu de uma situação real vivenciada pelo professor Fernando Lordão, coordenador do projeto, que estava orientando um Trabalho de Conclusão de Curso durante a pandemia, quando descobriu que o trabalho de excelente qualidade estava sendo produzido no celular. Isso ocorreu porque o computador da estudante havia se quebrado e a família não estava em condições de consertar.
“Então viabilizamos o conserto junto com a Coordenação de Manutenção e Suporte em Tecnologia da Informação do Campus João Pessoa”, contou. A partir daí, a proposta foi desenvolvida para se tornar um projeto mais amplo em parceria com a Central Única das Favelas e, assim, se estender a mais estudantes.
Doações
O projeto será realizado com doações de equipamentos ou recurso financeiro para viabilizar os consertos gratuitos. Mas a proposta também prevê atendimento do público de forma geral, que pagará pelos serviços ofertados, de acordo com uma tabela de preços acessível.
“As doações em dinheiro serão recebidas através de conta bancária gerenciada com transparência através da Fundação de Apoio ao IFPB (Funetec)”, explica Fernando Lordão. As doações em material devem ser entregues na sede da Funetec, localizada na Av. Piauí, 75, Bairro dos Estados, em João Pessoa.
Vale ressaltar que as doações materiais podem ser de equipamentos eletrônicos, álcool, pasta térmica, ferramentas, máscaras, luvas e vestimentas, pois, segundo o professor, haverá custos elevados com os produtos utilizados na rotina de trabalho.
O projeto já começa com uma equipe de técnicos voluntários comprometidos em oferecer serviço gratuito aos estudantes beneficiários do projeto. Apesar de voluntários, esses técnicos serão remunerados pelo serviço prestado às pessoas e empresas do público em geral que pagarão pelos serviços diretamente ao técnico responsável.
Parcerias
Algumas parcerias institucionais estão sendo construídas com órgãos públicos, como a Receita Federal, que está sendo estabelecida por intermédio da Funetec, na tentativa de captar a doação de equipamentos apreendidos. A própria fundação está fazendo um levantamento interno dos equipamentos antigos que estão sem utilidade, para disponibilizar o material para o projeto.
Além disso, empresas privadas estão sendo contactadas com a finalidade de facilitar a aquisição de componentes. Para saber os parceiros confirmados e o para oferecer apoio, basta conferir o site do projeto (https://projetobids.com/) ou fazer contato pelos canais descritos na página.
Para o docente, a expectativa de todos os envolvidos é de transformar a realidade para melhor, com a promoção da inclusão digital de estudantes socialmente vulneráveis. Além disso, a proposta busca disponibilizar um espaço para que os técnicos voluntários divulguem seu trabalho e tenham retorno financeiro, por meio da comunidade pagante, que terá à disposição serviços técnicos com qualidade, confiança e preços atrativos.
“Estamos convictos de que essa é uma contribuição importantíssima do IFPB como instituição e também uma contribuição individual das pessoas envolvidas em prol da transformação social. Enfim, acreditamos que será um legado positivo da pandemia, junto com tantas outras ideias que têm surgido durante a crise”, finaliza o docente.
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