ECONOMIA
Décimo terceiro: uso deve ser com planejamento e sem esquecer a pandemia
Economista sugere cautela nos gastos com o benefício salarial.
Publicado em 22/11/2020 às 12:34 | Atualizado em 23/11/2020 às 8:22
Até o último dia de novembro, os trabalhadores de empresas privadas devem receber a primeira parcela do 13º salário. Esse benefício deve injetar R$ 2,4 bilhões na economia da Paraíba, segundo estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Especialistas recomendam cautela e planejamento no uso desse dinheiro extra, pensando, por exemplo, nos problemas financeiros que a pandemia da Covid-19 ainda pode causar.
Para pessoas como a arquiteta Isabella Mendes, o pagamento vem em um momento que ela precisa pagar contas de sua recente mudança de apartamento. Entretanto, o pagamento não vai ser completo. Isso porque a empresa que Isabella trabalha optou por suspender contratos devido a pandemia do novo coronavírus. Ainda assim, vai ser um respiro no orçamento dela e de sua família. “[Essa redução do 13º] afeta até significativamente porque para pagar minhas contas, eu conto cada centavo”, contou Isabella. Atualmente, a arquiteta vive com o noivo, que é autônomo, e o pai, que também é celetista.
Apesar desse número alto de dinheiro investido graças ao 13º, a pandemia aumentou de maneira significativa o número de desemprego. De acordo com uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), a taxa de desocupação subiu para 13,7% na Paraíba, sendo a segunda taxa mais alta do Nordeste. O desemprego alto resultou numa grande quantidade de trabalhadores informais.
O economista Bruno Frascarolli conta que novembro será o primeiro de quatro meses que vão ser muito difíceis financeiramente falando. Isso porque, ainda de acordo com o economista, a pandemia não termina até que haja a descoberta de uma propensa vacina. Mesmo com a vacinação em massa, a economia ainda vai precisar de um tempo e de ajuda do Estado para se restabelecer.
Porém, como explicou Bruno, o cenário é de incertezas. “A indicação é que a pessoa faça um planejamento orçamentário, juntando todos os familiares, para atravessar esses quatro meses”, aconselhou o economista. Essa dica é para os mais de 60 milhões de brasileiros que se encontram negativados. Fazendo um planejamento orçamentário de maneira inteligente, as famílias podem minimizar os problemas financeiros dos próximos meses.
Para além da quitação de dívidas, o 13º salário ajuda a aquecer o mercado nesse momento de incertezas. Isabella revelou que, caso não tivesse contas do cartão para pagar, iria viajar ou comprar roupas para as festas de final de ano, o que é uma tendência nacional em anos normais e acaba aumentando as contratações temporárias durante esta época do ano. No caso das viagens de férias, Bruno explica que o Turismo é importante e responsável pela geração de diversos empregos diretos e indiretos.
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