COTIDIANO
Secretaria de Saúde confirma circulação da variante mais contagiosa do coronavírus na Paraíba
São três pacientes confirmados com a variante amazônica no estado, até o momento.
Publicado em 10/02/2021 às 11:49 | Atualizado em 10/02/2021 às 12:51
A variante mais contagiosa do coronavírus está em circulação na Paraíba, confirmou a Secretaria de Estado da Saúde (SES) nesta quarta-feira (10). A confirmação veio após o sequenciamento genético de amostras com alta carga viral, dentro da rotina de enfrentamento da pandemia e monitoramento da doença no estado. São três pacientes confirmados, até o momento, com a variante amazônica.
De acordo com o secretário de Saúde da Paraíba, Geraldo Medeiros, em dezembro a secretaria recebeu da Fiocruz-RJ os resultados dos sequenciamentos que apresentaram a circulação de diversas linhagens do vírus, sendo as principais linhagens a B.1.1.33 e B1.1.28. Também foi identificada a circulação da variante portadora da mutação E484K na proteína Spike em três amostras do estado, sendo uma delas a 2ª amostra do caso confirmado de reinfecção. Essa nova linhagem foi classificada como B.1.1.28 (E484K) ou P2.
“Em janeiro recebemos mais resultados de sequenciamento que demonstraram o avanço da linhagem P2 no Estado da Paraíba, bem como a linhagem P1, recentemente identificada como variante amazônica. Estudos sugerem que tanto a linhagem P1 quanto a linhagem P2 tem maior capacidade de transmissão entre infectados. A identificação de circulação de novas linhagens no território da Paraíba é de extrema importância para possibilitar a tomada de decisões rápidas no enfrentamento da pandemia”, pontua.
A Paraíba é o segundo do Nordeste com identificação da linhagem P.1. Até o dia 5 de fevereiro, o estado tinha 11 linhagens circulando em seu território, sendo o quarto com maior número de linhagens identificadas, depois de São Paulo (26), Rio Grande do Sul (12) e Rio de Janeiro (16). De acordo com a Secretaria de Saúde, essa variante foi identificada aqui no estado, antes da chegada dos pacientes de Manaus, que vieram para tratamento após o sistema de Saúde da cidade entrar em colapso.
Variante pode ser entendida como o vírus que mudou durante o processo de replicação. Milhares de variantes da SARS-CoV-2 estão circulando no mundo e muitas ainda irão surgir ao longo do tempo.
Segundo o secretário Geraldo Medeiros, a SES, por meio do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-PB), da Gerência Executiva Vigilância em Saúde, em parceria com o Laboratório de Vigilância Molecular Aplicada (Lavimap) da Escola Técnica de Saúde da UFPB, está executando o monitoramento de amostras que fazem parte hoje da Rede Nacional de Sequenciamento Genético para Vigilância em Saúde.
Geraldo Medeiros destacou que é fundamental o entendimento que o sequenciamento genético não altera diagnóstico nem tratamento, mas sim colabora junto aos dados clínicos no conhecimento da doença para sua contenção. “As medidas de prevenção e controle permanecem as mesmas, como o distanciamento físico, etiqueta respiratória e de higienização das mãos, uso de máscaras, limpeza e desinfecção de ambientes e isolamento de casos suspeitos e confirmados conforme critérios vigentes”, completa.
Sobre os casos:
Caso 1 - No dia 14 de janeiro a Vigilância Epidemiológica Municipal de João Pessoa sinalizou um caso que atendia aos critérios para sequenciamento genético, por se tratar de um homem, 79 anos, que estava em Manaus e chegou com sintomas em João Pessoa;
Caso 2 - A Vigilância Epidemiológica de João Pessoa monitorou um caso secundário ao caso 1 (homem, 24 anos), início dos sintomas dia 10 de janeiro, notificado com coleta de amostra enviada para análise;
Caso 3 - O terceiro caso que seguiu para sequenciamento pelo critério da alta carga viral, mulher, 24 anos, reside em João Pessoa, teve início dos sintomas dia 10 de janeiro, não é contato dos casos 1 e 2, foi atendido, notificado e coletada amostra na UPA Bancários no dia 14 de Janeiro.
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