POLÍTICA
Secretário de Saúde de JP recua após criticar líderes religiosos e cogitar fechar igrejas
O gestor aparece em um vídeo ao lado do prefeito, justificando que fez uma ‘declaração infeliz’.
Publicado em 18/02/2021 às 18:06 | Atualizado em 19/02/2021 às 9:55
As críticas do secretário de Saúde de João Pessoa, Fábio Rocha, feitas na quarta-feira (17) não duraram muito tempo. Após declarações de que líderes religiosos estariam cometendo crimes no momento em que lotam os templos com pessoas sem máscara, o gestor aparece em um vídeo ao lado do prefeito Cícero Lucena e representantes dos segmentos católico e evangélico da capital, justificando que fez uma ‘declaração infeliz’.
O vídeo foi divulgado pela Secretaria de Comunicação da prefeitura de João Pessoa nesta quinta-feira (18).
Na quarta-feira, em entrevista à CBN João Pessoa, o secretário mencionou a possibilidade de fechar praias e templos religiosos. Ele afirmou que “as pessoas estão perdendo a consciência e o medo da doença”. Em outra entrevista, desta vez à TV Cabo Branco, o gestor destacou o aumento na quantidade de internações em leitos de UTI e enfermaria, citando novamente que, caso fosse preciso, fecharia estabelecimentos de diversos segmentos e usou novamente como exemplo os templos religiosos.
“Se tiver de fechar algum segmento, como o de eventos religiosos, por exemplo, onde juntam 200 pessoas e começa a gritar todo mundo sem máscara... Isso é crime! É um crime sanitário, sendo em um bar ou em uma igreja. Tem que deixar de pensar no seu umbigo e pensar nos outros”, disse Fábio Rocha à TV Cabo Branco.
A declaração repercutiu mal entre os líderes religiosos de João Pessoa. Tanto que nesta quarta, o secretário foi ‘convocado’ pelo prefeito Cícero Lucena, para um encontro com padres e pastores. Em um vídeo de resumo da reunião, Fábio Rocha mudou o tom das críticas e garantiu que sua colocação foi ‘infeliz’.
“Reafirmo meu trabalho, minha condição de me dedicar ao máximo e me colocando no lugar do outro. Fico feliz que isso foi colocado aqui [na reunião] e a igreja sentiu essa verdade, que a gente sofre quando vê a coisa errada. Uma colocação que foi pontual, não foi para as igrejas e a considero infeliz. Estamos aqui para construir e não para destruir”, disse.
Para colocar um fim nesta celeuma, o prefeito Cícero Lucena falou que o episódio criou uma oportunidade para que o poder público pudesse se reunir com representantes do segmento religioso.
“Foi devidamente esclarecida a fala do secretário, por ter sido uma situação pontual. O mais importante é que isso nos deu a oportunidade de conversar com os setores religiosos, no sentido de compreender a importância de preservar a vida e de que essa é uma obrigação de todos. Agora vamos nos unir mais ainda para enfrentar o problema da Covid, mas também para encontrar outras soluções necessárias para a cidade”, falou.
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