VIDA URBANA
Iniciativa recolhe agasalhos para quem mora nas ruas
Grupo também faz acompanhamento social, psicológico e de saúde a pessoas que vivem nas ruas de Campina Grande.
Publicado em 01/06/2014 às 17:00 | Atualizado em 29/01/2024 às 16:12
O frio que começa a ser mais presente em Campina Grande nessa época do ano tem feito os membros do grupo Toca de Assis estenderem o trabalho de coleta de agasalho e cobertores doados para moradores que vivem em situação de rua.
Há um ano defendendo o lema “O frio chegou em nossa Campina. Quem dorme na rua sente frio”, o grupo, que conta com a participação de 22 membros, realiza um acompanhamento social, psicológico e de saúde para cerca de 80 pessoas que deixaram de viver com suas famílias para estar nas ruas.
De acordo com Ramon Torres, coordenador da unidade de Campina Grande do Toca de Assis, o trabalho dos 'toqueiros', como eles são chamados, vai desde a coleta das doações na casa das pessoas, como principalmente no contato com esses moradores de rua, uma vez que eles realizam diversos atendimentos desde a higienização, até acompanhamento de saúde.
Segundo ele, o contato semanal que é feito pelo grupo muitas vezes é a única saída que as pessoas que vivem na rua encontram, já que muitos recusam o atendimento de saúde oferecido pelo município.
“Ao longo desse um ano de atendimento nas ruas de Campina Grande nós temos acompanhado umas 80 pessoas que em sua maioria são idosos, do sexo masculino, e que têm problemas com o álcool. Nessas nossas visitas durante as madrugadas nós ouvimos as queixas deles, oferecemos ajuda psicológica, também um pouco de comida, e principalmente nessa época entregamos agasalhos e lençóis. Também fazemos um atendimento de higienização pessoal e assistência médica, já que muitas vezes eles estão com pequenos ferimentos e precisam de ajuda”, disse Ramon.
Sobre o alcoolismo, Ramon apontou que este é o principal problema que esses moradores de rua enfrentam. O coordenador dos toqueiros afirmou que muitos dos assistidos pelo grupo perderam casa, se afastaram da família e acabaram vivendo na rua por conta da dependência do álcool, e que por isso vivem sem muita expectativa.
“As histórias são parecidas. Como nossas visitas são de madrugada, nunca encontramos crianças, e sim jovens de 17 ou 18 anos, e idosos com mais de 60. Também levamos um pouco da palavra da bíblia para mostrar que existe uma saída”, relata.
A Secretaria Municipal de Assistência Social também realiza visitas periodicamente e atendimentos à população que vive nas ruas da cidade. De acordo com dados da pasta, estão catalogados cerca de 50 pessoas que vivem em situação de rua, contudo, esse número pode variar já que, segundo a assessoria da secretaria, muitos passam o dia e a noite nas vias da cidade, mas possuem casa e família.
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