COTIDIANO
Paraibanos chefiam facções no RJ e ordenam assaltos a banco no NE
Paraíba tem se destacado negativamente por ser um berço de homens perigosos e que comandam quadrilhas que agem dentro e fora do Nordeste.
Publicado em 06/12/2009 às 8:08
João Paulo Medeiros
Do Jornal da Paraíba
O crime organizado e o tráfico de drogas têm desafiado as polícias de todos os Estados e até mesmo as forças federais de combate à criminalidade. São mortes sucessivas, assaltos das mais variadas naturezas, sequestros, estupros, assassinatos por encomenda e arrombamentos que têm assustado a sociedade brasileira. A Paraíba, apesar de ser um dos menores Estados do país e registrar índices de violência bem inferiores aos do Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará e Pernambuco, tem se destacado negativamente por ser um berço de homens perigosos e que comandam quadrilhas que agem dentro e fora do Nordeste.
Na lista dos criminosos paraibanos, há espaço para líderes de quadrilhas especializadas em assaltos a bancos e carros-fortes, mentores de gangues que se dedicam a roubos de cargas valiosas e até mesmo comandantes de facções como o ‘Comando Vermelho’ e o ‘Terceiro Comando’, do Rio de Janeiro, que detêm o poder em vários morros e favelas cariocas.
Atualmente, dos 100 bandidos mais procurados pela Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, três paraibanos ocupam lugar de destaque, conforme o programa ‘procurados.org.br’. O programa é uma ferramenta criada em parceria com o Disque-Denúncia Nacional e a Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro. O mecanismo estimula a população através da confecção de cartazes e de filmes publicitários, a reconhecer e a denunciar o paradeiro dos foragidos; além de disponibilizar na internet um sítio com os bandidos mais procurados.
O paraibano Antônio José de Souza Ferreira, 31 anos, que nasceu em João Pessoa e mudou-se cedo para a capital carioca, é um deles. Atualmente, conforme o programa, ele é apontado como o chefe do tráfico de drogas mais procurado pelas autoridades cariocas. Conhecido no mundo do crime como ‘Tota’, o paraibano ganhou visibilidade em 2005, ao ocupar o Complexo de ‘Caramujo’, composto por doze favelas em Niterói.
Segundo a polícia do Rio, o paraibano articulou a integração de quadrilhas que atuariam em favelas como a da Mangueira, na região da ‘Providência’, Jacarezinho e Cidade Alta, com o aval de chefes do tráfico presos em Bangu e transformou-se em um dos líderes da facção ‘Comando Vermelho’, no Morro do Alemão. Hoje sua atuação, segundo o programa ‘Procurados’, estaria dispersa pelas comunidades do Complexo do Caramujo, Niterói, Novo México, Serrão, Morro do Céu, Mundo Novo e Complexo do Alemão.
O último mandado de prisão expedido pela Justiça carioca contra ‘Tota’ é de 2007, pela 33ª Vara Criminal do Rio de Janeiro. No entanto, até hoje, ele não foi capturado. Como recompensa, as autoridades cariocas oferecem até R$ 10 mil para qualquer pessoa que repassar informações sobre o paradeiro do paraibano. No mesmo grupo, mas sendo considerado como ‘gerente’ do ‘Comando Vermelho’, está o paraibano Alessandro Francelino dos Santos, 29 anos, conhecido como ‘Pitoco’ ou ‘Pato Roco’. Segundo a polícia do Rio de Janeiro, o paraibano é natural da cidade de Bayeux e seria responsável pela promoção de bailes funks e pela comercialização de drogas entre adolescentes e crianças na região das Favelas ‘Nova Holanda’ e ‘Bonsucesso’. Contra ele, há um mandado de prisão em aberto desde 2008.
Já Isaías de Oliveira Cabral, 46 anos, conhecido como ‘Borrof’ e também natural da cidade de Bayeux, é apontado como um dos chefes da facção ‘Terceiro Comando’, que possui atuação na região compreendida como Vila Isabel. Para as polícias do Rio de Janeiro, o paraibano é responsável pela coordenação do tráfico de drogas no ‘Morro dos Macacos’ e sua facção tem recrutado um verdadeiro exército de jovens traficantes para duelar com os integrantes do ‘Comando Vermelho’ pelo comando do tráfico.
Como estão foragidos, a polícia carioca não descarta a possibilidade de nenhum deles ter influência na distribuição de entorpecentes para a Paraíba, nem mesmo de terem escolhido o Estado como esconderijo.
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