COTIDIANO
Grupo que aconselha MS faz parecer contra cloroquina para pacientes com Covid
Análise é parte da elaboração de um protocolo único sobre atendimentos nos hospitais.
Publicado em 17/05/2021 às 16:31
Um grupo técnico formado a convite do Ministério da Saúde elaborou um documento preliminar com orientações contra o uso da cloroquina, azitromicina, ivermectina e outros medicamentos sem eficácia no tratamento da Covid-19 em pacientes hospitalizados por causa da doença.
A análise é parte da elaboração de um protocolo único sobre como os doentes devem ser atendidos nos hospitais e também trata de intubação, oxigênio e outros pontos dos cuidados hospitalares.
O texto será agora analisado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). Ele será colocado em consulta pública por um período de 10 dias e depois pode vir a ser adotado como uma nova orientação do governo federal sobre o tema.
Chamado de "Diretrizes Brasileiras para Tratamento Hospitalar do Paciente com Covid-19", o documento foi inicialmente divulgado pela "Folha de S. Paulo". O texto, também obtido pela TV Globo, desaconselha o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra o Sars-Cov-2.
"Alguns medicamentos foram testados e não mostraram benefícios clínicos na população de pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados, sendo eles: hidroxicloroquina ou cloroquina, azitromicina, lopinavir/ritonavir, colchicina e plasma convalescente. A ivermectina e a associação de casirivimabe + imdevimab não possuem evidência que justifiquem seu uso em pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados nessa população", aponta o documento.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) vem alertando desde o segundo semestre do ano passado que a cloroquina, hidroxicloroquina e azitromicina não tem eficácia comprovada contra a Covid-19 e podem provocar efeitos colaterais.
Apesar dos alertas, o governo não tornou sem validade a publicação de um documento técnico no qual recomenda que médicos receitem a cloroquina e a hidroxicloroquina mesmo em casos leves de Covid-19.
Se a indicação for formalizada, será a primeira vez em mais de um ano de pandemia que o Ministério da Saúde vai divulgar um documento desaconselhando tais drogas para tratar a Covid-19.
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