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VIDA URBANA

Mulheres lutam para não voltar a alimentar o vício do cigarro

 Programa desenvolvido na UEPB desde 2008 vem beneficiando servidores, alunos e a comunidade. 

Publicado em 16/08/2015 às 8:00

O cigarro e o isqueiro que antes eram indispensáveis na vida das auxiliares de serviços gerais Elisete Melo, 43 anos, e Luciana Rodrigues, também de 43 anos, agora provocam repúdio e muito desconforto para elas. Isso porque há quatro meses essas mulheres passaram a fazer parte do Programa Educação e Prevenção ao uso de Álcool, Tabaco e outras Drogas (Pepad), promovido pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e desde então têm lutado para não voltar a alimentar o vício.

A meta delas é deixar de uma vez por todas de pertencer à estatística que coloca a Paraíba em terceiro lugar no ranking nacional do tabagismo, com 568 mil fumantes, segundo a última Pesquisa Especial de Tabagismo realizada no ano de 2008. Elas também não querem fazer parte dos números do Ministério da Saúde, que apontam o uso do tabaco como responsável por 200 mil mortes ao ano no Brasil.

Elisete começou a fumar aos 14 anos, por influência de algumas pessoas da família que já eram fumantes e passou 29 anos da sua vida totalmente entregue à dependência química. Ela fumava uma média de 40 cigarros por dia e usava esse hábito como um instrumento para controlar a ansiedade. Percebendo que o uso do tabaco estava prejudicando o convívio com a família e a saúde, ela se deu conta de que era a hora de parar. “Nos dias em que eu estava agitada, fumava um cigarro atrás do outro, e meu filho vendo isso ficava muito triste. Notei que fumar não me fazia bem, mas sozinha não conseguia largar o vício. Procurei ajuda e hoje, graças a Deus, estou melhor”, relatou.

Há 4 meses sem colocar um cigarro na boca, Elisete conta que vem se adaptando muito bem à ausência do fumo. O tratamento está sendo feito através de um adesivo de nicotina, que fornece a dose de uma das substâncias mais viciantes do cigarro, sem o risco das outras que são mais nocivas, ajudando a reduzir as crises de abstinência. Os resultados observados têm sido positivos. “Antes me sentia muito cansada e hoje tenho mais disposição. Estou dormindo melhor, ando mais cheirosa e alegre. Engordei cinco quilos, mas nada que umas caminhadas não resolvam. Na minha casa está todo mundo feliz comigo. Falta do cigarro eu sinto, mas me seguro”, comentou.

Luciana, que fumou pela primeira vez aos 18 anos, por incentivo de alguns amigos, fumava cerca de 10 cigarros diariamente. Assim como Elisete, ela confirma que as mudanças trazidas com a libertação da dependência química foram significativas e que tem buscado reparar os estragos de 25 anos de vício. “Mudou tudo em mim. Minha saúde, meu cheiro, minha respiração e hoje me sinto mal quando estou perto de alguém que está fumando, como meu marido. No começo foi difícil controlar a vontade de fumar, só que agora fumo um cigarro de cenoura para conter a ansiedade e uso o adesivo. Quando a vontade vem, bebo água e assim vou resistindo”, pontuou. Elisete e Luciana são prestadoras de serviço da UEPB. (Especial para o JP)

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Jornal da Paraíba

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