COTIDIANO
Asteroide pode atingir a Terra em breve? Astrônomo tira dúvidas
Marcelo Zurita mostra simulações de queda em João Pessoa.
Publicado em 30/06/2021 às 15:09 | Atualizado em 30/06/2021 às 16:41
O Dia Internacional do Asteroide é comemorado nesta quarta-feira (30). O astrônomo Marcelo Zurita tirou dúvidas sobre esses fragmentos de rocha espacial que geram tanta curiosidade.
Um asteroide pode atingir a Terra em breve?
Desde 1988, foram mais de 800 impactos registrados no planeta, o que dá uma média de 1 impacto a cada 15 dias. O último caso registrado foi sobre o Brasil, na divisa entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no dia 9 de junho.
Em um site da Nasa (National Aeronautics and Space Administration – Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço) é possível ver os registros de pequenos asteroides que atingiram a atmosfera da Terra desde 1988 e foram detectados pela rede internacional de sensores de infrassom administrados pelo governo americano.
Qual a diferença entre asteroide ou meteoro?
Quando, eventualmente, um asteroide ou meteoroide atinge a atmosfera da Terra, devido à sua alta velocidade, eles geram um fenômeno luminoso chamado meteoro. Então, o asteroide é a rocha espacial e o meteoro é apenas o fenômeno luminoso gerado quando ela atravessa a atmosfera em alta velocidade.
Na maioria das vezes, essas rochas são completamente vaporizadas pelo calor da passagem atmosférica, mas dependendo do tamanho dela e de outros fatores, ela pode sobreviver e chegar ao solo. As rochas que sobrevivem à passagem atmosférica são chamadas de meteoritos.
O que acontece se um asteroide atingir a Terra?
Um asteroide pode ter desde poucos metros até centenas de quilômetros. O risco à vida na Terra depende de alguns fatores, como tamanho, velocidade, composição do asteroide, ângulo de entrada na atmosfera e local de onde ele cair.
“Considerando valores médios para os demais parâmetros, um asteroide de 140 metros seria capaz de devastar uma área de milhares de km² e afetar gravemente uma enorme região à volta”.
Marcelo Zurita ressalta que apenas os asteroides de mais de um quilômetro teriam capacidade para provocar estragos globais, mas 95% deles já são monitorados.
“Pelas estimativas, apenas os asteroides com mais de 1 km teriam capacidade para provocar estragos globais. Felizmente, já conhecemos cerca de 95% desses asteroides e nenhum deles tem risco de impactar a Terra nos próximos séculos”, explicou.
Como seria se um asteroide caísse em João Pessoa?
A Associação Paraibana de Astronomia (APA) criou montagens que simulam como seria se asteroides caíssem sobre diversos pontos de João Pessoa. Marcelo destaca que a diferença entre elas e a realidade é que, caso um asteroide caísse sobre a cidade, os prédios das proximidades não ficariam de pé.
“Essas montagens são feitas para o público ter uma ideia das dimensões desse objeto. Por exemplo, o Asteroide que atingiu a Rússia em 2013, tinha mais ou menos o tamanho da fachada da Igreja de São Francisco”.
É possível prever e evitar a queda de um asteroide?
Já existem estudos para desviar ou destruir um asteroide que esteja em rota de colisão com o planeta ou evacuar a região onde o fragmento está previsto para cair. Contudo, Zurita explica que esses estudos precisam avançar para fazer o monitoramento com maior antecedência.
“Mesmo que não possamos fazer nada para evitar, só podemos evacuar uma região que possa ser afetada por um impacto se tivermos o mínimo de antecedência. E se voltarmos ao mapa de impactos, daqueles mais de 800 registros, apenas quatro foram de asteroides descobertos no espaço antes de se chocarem com a Terra. Por isso, nossa maior necessidade é aumentar a capacidade de detecção de asteroides que possam representar algum risco futuro para o nosso planeta”.
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