Contos Olímpicos #1: O Começo de Tudo

Por Phelipe Caldas

Muitos de vocês talvez não saibam, mas os Jogos Olímpicos de Tóquio começam nesta terça-feira, 20 de julho de 2021, três dias antes da abertura oficial.

Sim, hoje!

Às nove da noite, entram em campo as seleções femininas de Austrália e de Japão para um duelo de softbol, uma espécie de beisebol jogado pelas mulheres.

Com um ano de atraso, portanto, o Rio de Janeiro passa definitivamente os símbolos olímpicos para Tóquio, sua sucessora.

Não é qualquer coisa a simbologia do que isso representa.

Apenas três eventos na história abalaram o calendário olímpico desde que ele foi retomado, em 1896: a Primeira Guerra Mundial, a Segunda Guerra Mundial e a pandemia de coronavírus.

De forma que ver a bandeira olímpica tremulando a partir de hoje no Japão, lá do outro lado do mundo, é a prova de que a vida há de seguir em frente. Com todos os riscos, com todos os medos, com todas as dificuldades políticas e sanitárias, ainda é possível, necessário até, ter esperanças.

Serão vinte dias de eventos esportivos, mais de onze mil atletas, 339 medalhas de ouro em disputa, 205 países representados. Uma infinidade de povos, crenças, raças, sonhos, desejos, amores. Vinte dias em que a humanidade em toda a sua diversidade e complexidade se reúne num mesmo local.

Para além de tudo isso, sete paraibanos.

É quando os Jogos mais se aproximam da gente.

É a menina que aprendeu a saltar na Vila Olímpica Parahyba, a lançadora de dardo de Taperoá, o goleiro de Campina Grande, o boleiro do Esporte Clube Cabo Branco, o lutador de Mangabeira, a recordista sul-americana que nasceu e cresceu em João Pessoa, o menino que a gente conheceu sacando e cortando na areia fofa da praia de Cabo Branco.

Pelos próximos vinte dias, muita história vai ser vivida. Muitas conquistas e muitos recordes serão alcançados. Amargas derrotas, duras decepções haverão de ser sentidas também.

São os dramas que regem o esporte e que atingem o seu ápice justo numa Olimpíada. E que, com um olhar diferente, por meio de crônica e, quem sabe, um pouco de poesia, tentaremos passar para você.

Prepare-se. Como prova de que 2020 foi um ano duro e longo como nenhum outro, os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 estão apenas começando. Mas, desta vez, para trazer um pouco de graça e de leveza para tempos difíceis.