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ESPORTES

Contos Olímpicos #9: Rebeca Andrade, o funk, as vidas negras, a prata

“Rebeca Andrade é a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha olímpica na ginástica artística”

Publicado em 30/07/2021 às 13:30 | Atualizado em 18/04/2023 às 15:13

Por Phelipe Caldas

Primeiro de dezembro de 2019. Bairro de Paraisópolis, São Paulo. A periferia sob ataque. Policiais militares invadem um baile funk e, na ação, nove pessoas são mortas. A desenfreada violência contra a população negra faz novas vítimas.

Pessoas com um perfil parecido ao da paulista Rebeca Andrade. Mulher negra, jovem, pobre, lutadora, incansável, filha de empregada doméstica, orfã de pai vivo.

Rebeca Andrade, portanto, é, em muitos aspectos, uma sobrevivente. Que vira atleta justo de um esporte que em sua origem é elitista e racista.

E que, apesar de racista, teve em Daiane dos Santos outra mulher negra que o desbravou.

Pois Rebeca dá continuidade ao legado de Daiane na ginástica artística brasileira. É mais uma mulher que supera barreiras que a sociedade tenta impor e mostra que não há limites que possa segurar às bravas mulheres de um país que, sobretudo, também é machista.

Mas Rebeca fez mais na quebra de paradigmas, na busca por representatividade. Tascou um “Baile de Favela” na final olímpica. E o mesmo funk criminalizado que é símbolo de periferias como Paraisópolis, estava, de repente, encantando o mundo em Tóquio.

E, com toda essa magia, Rebeca Andrade conquistou a medalha de prata no individual geral feminino da ginástica artística.

É um feito histórico. Incrível. Inédito.

Rebeca Andrade é a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha olímpica na ginástica artística.

É a bravura de quem conquista aquilo que muitos acreditavam ser impossível. E é mais um caso de atleta que supera graves contusões para chegar ao pódio olímpico.

Na medalha de Rebeca está o pioneirismo de Daiane. Está a força de Dona Rosa, a mãe que sozinha segurou a barra quando a filha pensou em desistir. Está a periferia. A população negra. O funk. Os mortos de Paraisópolis.

Na medalha de Rebeca está uma energia enorme. Um simbolismo impressionante. Uma força contagiante.

Rebeca, parabéns!

E... Paraíba, respeite suas periferias, suas comunidades, suas favelas.

Os próximos medalhistas olímpicos do Brasil podem sair daí.

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