CONVERSA POLÍTICA
Despedida de Maranhão: comoção, reconhecimento e aglomeração
Publicado em 10/02/2021 às 11:45 | Atualizado em 30/08/2021 às 19:03
As grandes homenagens têm o seu simbolismo, sua importância. É inegável. No caso do senador José Maranhão (MDB), com quase 70 anos de vida pública, reconhecimento e serviços prestados à PB, o desejo de fechar um ciclo de maneira marcante é ainda mais forte. O político paraibano morreu na última segunda-feira (08), aos 87 anos de idade.
Mas é preciso registrar que, neste momento, homenagens como as que a gente viu ontem no hangar estadual, no aeroporto Castro Pinto, e no Palácio da Redenção, só colocam mais pessoas em risco de contaminação pelo coronavírus.
Um contrassenso, afinal, foi por causa desse vírus maldito que o senador José Maranhão morreu.
No Palácio, o rol de entrada ficou tomado por autoridades, familiares, imprensa, funcionários do Palácio. Aglomeração, calor, muito contato físico. Com vírus por ali, bastava um descuido. Ninguém me contou. Estava lá e vi.
Na parte de fora, a organização fez tudo. Colocou grades, muita gente trabalhando para manter o distanciamento. Porém, a entrada para formação da fila era um funil e muitos idosos, admiradores predominantes do senador, se apertaram, se espremeram para entrar na área “mais segura” da fila, com demarcação no solo.
Já perto da porta do Palácio, passaram rapidamente, com todo cuidado para olhar para Maranhão pela última vez.
Esse tipo de aglomeração também aconteceu na despedida do ex-prefeito de Bayeux, Expedito Pereira, que morreu assassinado, e com artistas que foram velados aqui na Paraíba.
A conclusão é: neste momento, mesmo com muita vontade, é preciso criar um maneira mais saudável, mais segura, eficiente de fazer esse tipo de homenagem. Com comoção, reconhecimento, mas sem aglomeração.
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