CONVERSA POLÍTICA
Em momento espinhoso, João e Cícero demonstram capacidade de entendimento
Publicado em 23/02/2021 às 16:00 | Atualizado em 30/08/2021 às 19:02
Por LAERTE CERQUEIRA
O governador João Azevêdo (Cidadania) e o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), demonstraram, nos últimos dois dias, que estão dispostos a dialogar, buscar o consenso, manter a parceria firme, mesmo diante de questões difíceis, tensas e espinhosas. Foi um primeiro teste.
Uma prova disso, vimos hoje com o resultado do decreto estadual que impõe medidas restritivas para conter o avanço do coronavírus na Paraíba e na Região Metropolitana.
João cedeu, permitindo aulas dos primeiros anos do ensino, aceitou um horário alternativo para bares e restaurantes, comércio, shoppings. Tudo estaria fechado, se a bandeira laranja fosse seguida na íntegra. Compensou estendendo, para municípios, com bandeiras vermelha e laranja, o toque de recolher proposto pelo prefeito da capital.
Por outro lado, Cícero, mais “flexível”, querendo medidas menos restritivas, diminuiu o horário de funcionamento dos bares e restaurantes, mesmo a contragosto. Ele queria até às 22h. Incluiu ainda o Ensino Fundamental II no pacote de aulas remotas. O gestor falava apenas em Ensino Médio e Superior.
Acima, apenas alguns exemplos de que eles foram capazes de dialogar, de buscar o consenso, passar por cima de convicções, para evitar o conflito, buscar convergências e tirar qualquer possibilidade de judicialização.
Representantes de vários setores do comércio e serviços reclamam. Não tem como ser diferente. Não querem pagar a conta. Ou melhor, perder dinheiro e não conseguir pagar as contas. Vão negociar e devem recorrer.
Por outro lado, profissionais da saúde, que estão dentro da guerra, reclamam. Dizem que as medidas são tímidas demais e não vão surtir efeito. São ineficazes para o momento de "pré-colapso" que vivemos.
Divergências à parte, João e Cícero resolveram ficar de mãos dadas. São dias cruciais de vitória ou de derrota da dupla. Parceria que passou pela primeira prova de fogo.
Agravantes
Para aumentar a dificuldade, os dois ainda tiveram que discutir pontos comuns com as prefeituras da Região Metropolitana. Cada um com sua realidade, intenções, convicções e estrutura hospitalar (ou falta delas). Aparentemente, venceram. Pelo menos, até agora, ninguém esperneou.
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