CONVERSA POLÍTICA
Governadores criticam decreto de Bolsonaro que criou comitê sem eles e pedem fim de ataques
Publicado em 26/03/2021 às 15:35 | Atualizado em 22/06/2023 às 14:08
Por LAERTE CERQUEIRA e ANGÉLICA NUNES
Já chegou nos ouvidos do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a primeira reclamação sobre o "funcionamento" do Comitê Nacional de Enfrentamento da Pandemia da Covid-19.
Isso porque a publicação do decreto que institui o grupo, oficialmente, sem a menção aos governadores, foi encarada por eles como mais uma agressão de Jair Bolsonaro.
Um dos que puxaram o coro foi o governador da Paraíba, João Azevêdo. Ele disse que o governo federal publicou decreto sem a presença dos estados, municípios e Conselho de Secretários de Saúde do país.
"Enfim, não se trata de um comitê nacional. O que nós desejamos é que haja de verdade interlocutores que possam atender as demandas urgentes de abastecimento de oxigênio, medicamentos, custeio dos leitos de UTI. Depois de um ano de guerra, por incrível que pareça, estamos buscando esse diálogo. Preocupante", criticou João Azevêdo.
Hoje de manhã, em entrevista ao Bom Dia Paraíba, Azevêdo reclamou da falta de ligação direta de gestores com o Ministério da Saúde no comitê.
Na quarta-feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do STF, Luiz Fux, Rodrigo Pacheco, Bolsonaro, ministros e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM-GO, como representante dos estados), criaram o comitê.
Depois de ouvir as reclamações, Pacheco tentou colocar "panos quentes" e que explicou aos presentes na reunião que o comitê não tem um caráter nacional, é um comitê federal de organização do presidente da República, do Senado, da Câmara e um representante do judiciário. Mas o Fórum de Governadores vai pedir formalmente que o presidente revogue o decreto e publique outro.
Apesar do "moído", governadores debateram as pautas prioritárias no combate à pandemia no momento. Entre os problemas que o grupo precisa focar e resolver, com urgência estão:
- a dificuldades na aquisição de medicamentos para intubação;
- falta de leitos de UTI em algumas cidades;
- necessidade de apoio do governo federal a medidas de distanciamento social;
- mais vacina com unificação de prioridades;
- querem também que o governo federal tome medidas visando conter a disseminação de fake news e acusações sem fundamento contra governadores e prefeitos.
Segundo Pacheco, todos os pontos serão levados pelo presidente do Congresso aos integrantes do Comitê na primeira reunião semanal do grupo marcada para segunda-feira (29).
Com informações de Agência Senado e Folha
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