CONVERSA POLÍTICA
O impeachment de Bolsonaro pode não ser mais tão interessante para alguns neste momento
Publicado em 29/04/2021 às 17:15 | Atualizado em 30/08/2021 às 18:57
Por LAERTE CERQUEIRA
![O impeachment de Bolsonaro pode não ser mais tão interessante para alguns neste momento](https://cdn.jornaldaparaiba.com.br/wp-content/uploads/2021/04/500x300/x91957972_Brazils-President-Jair-Bolsonaro-speaks-at-the-Alvorada-Palace-amid-the-coronavirus-di-1.jpg.pagespeed.ic_.v0YSn5CKzd-500x300-7.webp?fallback=https%3A%2F%2Fcdn.jornaldaparaiba.com.br%2Fwp-content%2Fuploads%2F2021%2F04%2Fx91957972_Brazils-President-Jair-Bolsonaro-speaks-at-the-Alvorada-Palace-amid-the-coronavirus-di-1.jpg.pagespeed.ic_.v0YSn5CKzd-500x300.jpg%3Fxid%3D666429&xid=666429)
Ao menos que o presidente Jair Bolsonaro insista nos arroubos autoritários e ensaie um "golpe", o impeachment dele, nesse momento, não serve para muitos grupos: nem pro mercado, nem para o Centrão, nem para direita, nem para a centro-esquerda.
Quem quer um processo desestabilizador e incerto como esse agora? Para o vice Mourão assumir? No meio de uma pandemia, com a economia em frangalhos? O processo é ruim e o resultado não surtirá efeito.
A função da CPI da Covid-19, agora, é deixar todas as feridas do governo expostas, em processo lento e, se possível inalcançável, de cicatrização até a eleição. Um sangramento político para que tombo seja eleitoral.
Mas, abastecida com materialidade da incompetência da gestão Bolsonaro na pandemia, tem a arma para qualquer ruptura. Se necessário, pode ser usada.
Por outro lado, o governo terá que reagir para sobreviver, atendendo aos interesses do Centrão e do mercado. Errou tanto que perdeu parte da direita. Tem extremistas e apaixonados e os que esperam uma opção que não seja do outro polo político.
No caso do Centrão, as exigências são intermináveis: cargos, emendas parlamentares para obras e ações nos estados, leis que beneficiem bancadas. Tudo com vistas a um objetivo maior: 2022.
O mercado vai condicionar o socorro às reformas, administrativa e tributária, às privatizações, aos acenos do simulacro de liberalismo de Paulo Guedes. Para ele, o fim está próximo porque vem aí as pressões eleitorais, que vão derrubar o equilíbrio fiscal, sonhado um dia.
Em ambos o cenários, o governo está refém. Afora os apaixonados pelo capitão, todos já perceberam que há uma incapacidade de gestão. Poucos acreditam em uma mudança de rumo. Querem, agora, que o tempo passe e que uma solução menos ruim apareça até 2022.
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