CONVERSA POLÍTICA
Partidos, Senado, Câmara, além do TSE, reagem a ameaças de Bolsonaro de impedir as eleições em 2022
Publicado em 11/07/2021 às 8:58 | Atualizado em 30/08/2021 às 18:55
Por LAERTE CERQUEIRA e ANGÉLICA NUNES
Oito partidos divulgaram neste sábado (10) uma nota conjunta em defesa do sistema eleitoral brasileiro. O texto foi assinado pelos presidentes do DEM, MDB, PSDB, Novo, PV, PSL, Solidariedade e Cidadania.
As siglas disseram que têm confiança nas eleições. O sistema eleitoral é “moderno, célere, seguro e auditável“, lê-se.
Mais uma reação às reiteradas falas do presidente Jair Bolsonaro que tem ameaçado não reconhecer o resultado das eleições, no ano que vem, se não houver impressão do voto na urna eletrônica.
Proposta está na Câmara
Um projeto com a proposta tramita na Câmara e, em vez de convencer parlamentares para votar na mudança, no Congresso, como ocorre numa democracia, o presidente quer que a mudança aconteça "no grito".
A votação da proposta na Comissão Especial da Câmara, que analisa o assunto, estava prevista para ontem, mas foi adiada para o próximo dia 15.
“A Democracia é uma das mais importantes conquistas do povo brasileiro, uma conquista inegociável. Nenhuma forma de ameaça à Democracia pode ou deve ser tolerada. E não será“, afirmou a nota.
Senado
Na mesma linha, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), afirmou sexta-feira (9) que quem se coloca contra a realização normal das eleições é “um inimigo da nação e alguém privado de algo muito importante para os brasileiros que é o patriotismo”.
Disse que só o Legislativo pode decidir sobre eventuais mudanças no sistema de votação e, qualquer decisão tomada pelos congressistas, deverá ser respeitada.
TSE
O presidente do TSE, Luis Roberto Barroso, chamado de "imbecil" por Bolsonaro, emitiu nota sexta-feira (9), em nome da Corte, na qual chama de “lamentáveis quanto à forma e ao conteúdo” as falas do presidente Jair Bolsonaro.
Barroso diz que “a realização de eleições, na data prevista na Constituição, é pressuposto do regime democrático. Qualquer atuação no sentido de impedir a sua ocorrência viola princípios constitucionais e configura crime de responsabilidade”.
Na nota, Barroso esclarece, desde a implantação das urnas eletrônicas em 1996, “jamais se documentou qualquer episódio de fraude”, e que, nesse sistema, foram eleitos os presidentes Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Jair Bolsonaro.
Câmara dos Deputados
Até o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), aliado de primeira hora do presidente, afirmou não ter compromisso com intentos antidemocráticos. Também criticou manifestações políticas de comandantes militares.
“Importante dizer que a presidência [da Câmara] tem compromisso com a democracia, com as pautas que desenvolvam o país, com as reformas, tem compromisso com a harmonia, governabilidade, mas não tem compromisso algum com nenhum tipo de ruptura política, institucional democrática, com qualquer insurgência de boatos, com qualquer manifestação desapropriada”, disse o deputado.
Comentários