CONVERSA POLÍTICA
PSDB da Paraíba deixa a arquibancada para entrar no jogo
Publicado em 29/07/2021 às 17:28 | Atualizado em 30/08/2021 às 18:54
Por LAERTE CERQUEIRA e ANGÉLICA NUNES
Por vários motivos, o debate eleitoral de 2022 foi acelerado e está bem adiantado. Seja em Brasília, seja nos estados. Na Paraíba, não é diferente. Talvez pela instabilidade político-administrativa, econômica, social e institucional que parece não acabar nunca mais nesse país.
Por aqui, o PSDB, historicamente protagonista, estava na arquibancada vendo outras legendas jogarem dentro do campo. Tinha seus motivos, mas a realidade do jogo impôs uma postura mais firme.
Hoje (29), resolveu vestir o uniforme e ir para o campo buscar espaço no jogo.
Na coletiva de imprensa, as principais lideranças assumiram a candidatura ao governo do aliado Romero Rodrigues (PSD), que tenta construir uma base mais robusta.
O partido precisava fazer isso. Na oposição, com perfil mais à direita e com todas suas "partes", Romero é opção mais viável e competitiva. Mais do que isso, a preço de hoje, é quem mais pode agregar. A demora dos tucanos em fazer isso deixava o ex-prefeito de Campina vulnerável.
Vendo de fora, dois fatos aceleraram a entrada em campo: a especulação de uma possível aliança entre o ex-senador Cássio (PSDB), oposição, e o senador Veneziano (MDB), da base governista.
A boataria só fragilizava Romero, que já vinha de uma onda de "ataques" velados e declarados de bolsonaristas "puro sangue".
Outro motivo
O outro fato veio de uma declaração do presidente Bolsonaro, que confirmou, em entrevista à Rádio Arapuan, esta semana, o seu apreço, ou melhor, sua paixão por Romero.
Sem entrar no jogo, sem definições mais claras, o PSDB não só deixava o seu principal aliado "nú", como corria o risco de ser coadjuvante nos arranjos políticos, em torno do ex-prefeito.
Seria difícil reagir depois de articulações adiantadas, com o próprio "bolsonarismo".
União
Romero é a opção do grupo e, inclusive, é a única opção (com capital eleitoral) para os bolsonaristas mais "radicais", que questionam o ex-gestor campinense quando ele se articula, em várias frentes, para formar base sólida contra a reeleição de João Azevêdo (Cidadania).
Aliás, vamos além, a preço de hoje, se quiser ter chance de um segundo turno, a oposição paraibana (de direita extrema, direita ou centro-direita) vai ter que entender que no mesmo "balaio" terá os defensores da terceira via nacionalmente (como Pedro Cunha Lima) e seguidores fiéis do bolsonarismo (como Walber Virgulino e Cabo Gilberto.). Quem não entender, vai falar sozinho ou partir para o jogo isolado.
O que não será problema para quem quer o voto e a "onda" bolsonarista apenas para uma vaga no legislativo.
Cássio na disputa
Quem também entra no jogo é o ex-senador Cássio. A presença dele na coletiva, claramente, foi para reavivar o papel de liderança na legenda. Deixando, inclusive, em aberto a possibilidade de candidatura ao Senado. Nesse caso, com tantas indefinições da legislação eleitoral, é possível esperar mais tempo.
Romero não estava
A ausência do ex-prefeito de Campina Grande foi percebida e questionada. Afinal, o encontro era para colocar luz no nome dele. Segundo assessoria, estava em São Paulo. O que demonstra que o PSDB estava apressado em revelar o posicionamento e evitar mais uma dia de especulação.
Em nota, Romero agradeceu o grupo e afirmou que não vai decepcionar. "A capacidade de luta, o senso de missão e a maturidade na costura das alianças possíveis serão os passos fundamentais rumo à vitória", afirmou.
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