CONVERSA POLÍTICA
Amanda Rodrigues nega irregularidades nas contas do Empreender-PB reprovadas pelo TCE e alega perseguição
Publicado em 05/08/2021 às 9:39 | Atualizado em 30/08/2021 às 18:54
Por LAERTE CERQUEIRA e ANGÉLICA NUNES
A ex-gestora do Programa Empreender PB, Amanda Rodrigues, negou qualquer irregularidade nas contas de 2016, reprovadas nesta quarta-feria (4), pelo pleno do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB).
Entre os problemas identificados pela auditoria, reiteradas em parecer ministerial, estão o elevado número de inadimplência em relação aos empréstimos concedidos, falta de transparência e de controle da efetividade na aplicação dos recursos.
O Programa foi administrado de janeiro a março de 2016 pelo atual secretário de Desenvolvimento Social, Tibério Limeira, e de abril a dezembro, do mesmo ano, por Amanda Rodrigues. Apenas o período administrado por ela foi julgado irregular.
Segundo Amanda, ela apenas executou o planejamento do antecessor, que teve as contas aprovadas com ressalvas pelos conselheiros.
"É muito estranho essa reprovação, já que essas contas foram divididas entre eu e Tibério. Aprovaram as dele e reprovaram as minhas. O interessante é que minhas contas de 2017 foram aprovadas, sabe. Inclusive, os conselheiros Andre Carlo (Torres) e Nominando (Diniz), apesar de seguir o relator, falaram sobre isso. Sobre os avanços que o programa atingiu em minha gestão", afirmou.
Em mensagem enviada ao Conversa Política, Amanda afirmou: "Na administração pública, não existe mágica. O gestor chega, encontra algumas coisas que precisam ser melhoradas, sobretudo em um programa que é novo como o Empreender, e que, por ser de interesse público, não pode ser paralisado. Então, se mudam os pneus com o carro andado. E assim eu fiz", explicou.
Segundo a gestora, ao chegar no Empreender, encontrou um programa sem sistema, sem metodologia, sem arquivo digital, coisa que é essencial para um banco. Ela lembra que não tinha nem condições de trabalho, o programa era novo e faltava profissionalização.
"Eu sentei com a equipe do Empreender e refiz toda a metodologia. Adquiri um sistema, criei um código de atividade, mudei o organograma do empreender, fiz o primeiro arquivo totalmente digital do estado. Esse sistema que eu adquiri, atendeu todas as normas de auditoria do TCE, da CGE e também do TSE. Além disso, eu fiz 4 feiras de negócios e empreendedorismo na Paraíba, 10 circuitos Empreender. Treinei a equipe, mudei de prédio.
Hoje o empreender funciona como uma agência bancária, para isso eu precisei até mudar o organograma", explicou
No desabafo, Amanda Rodrigues diz que não pode ser avaliada por um Tribunal que a acusa de não ter transparência, "e julga minhas contas como julgaram a dos outros gestores, que diz que eu concedi empréstimos a entes púbicos. Isso nunca ocorreu", rebateu.
E completa: "Eu penso que o TCE está sem transparecia, sem rumo. Na verdade o TCE está sendo ameaçado pelo MPPB. Isso está claro. Essa minha reprovação de contas, faz parte de todo lawfare que estão fazendo com meu marido, com minha família. Amanda é esposa do ex-governador Ricardo Coutinho, que é investigado na Operação Calvário.
O lawfare, como cita Amanda, é entendido nesse contexto, como uso das leis como uma arma para alcançar uma finalidade político-social, desrespeitando os procedimentos legais e os direitos do indivíduo que se pretende "eliminar".
Gestora afirmou que vai recorrer
A gestora disse que vai procurar os direitos, que está tudo documentado e que é muito correta. Ela lembra que o programa Empreender é de fundamental importância para a microeconomia do estado.
"E pode ter com certeza, sem falsa modéstia. Eu fiz o melhor lá. Pode ir até lá e ver toda a equipe que ainda trabalha lá, em sua grande maioria treinada por mim. Para você ter uma ideia, eu passei a custear o empreender com seus próprios recursos. Economia, eficiência, transparência. Nunca faltou em minha gestão. Vamos para diante. Eles vão precisar se explicar melhor sobre mais essa patuscada que fizeram hoje. Certamente amanhã estarei estampada em todos os locais, como gestora que teve as contas reprovadas. Faz parte do lawfere", desabafou.
A defesa de Amanda vai recorrer da decisão.
Tibério
Tibério Limeira afirmou que não havia necessidade de comentar a decisão porque as contas dele foram aprovadas.
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