COTIDIANO
População ribeirinha está "invisibilizada" na Transposição do São Francisco, diz MPF
Publicado em 17/07/2019 às 10:39 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:49
Declaração foi dada pela Procuradora da República Janaína Andrade, que vem acompanhando o andamento da obra
Quando começou a ser executado, em 2006, o projeto de Transposição das Águas do Rio São Francisco prometia levar água potável para milhões de nordestinos através dos Eixos Leste e Norte e, também, gerar renda e desenvolvimento para populações que moram ao longo dos canais e dos rios por onde as obras passariam. No Eixo Leste, as águas até começaram a chegar e ajudaram a tirar Campina Grande e mais 18 cidades do colapso hídrico, mas as populações ribeirinhas continuam sofrendo com os efeitos da seca e nunca foram efetivamente contempladas.
Para a Procuradora da República em Monteiro, Janaína Andrade, o projeto tem falhado na tentativa de contemplar as populações ribeirinhas e elas continuam "invisibilizadas". "Passados dois anos do início do bombeamento e a população ainda não tem água para consumo humano, muito menos para irrigação. Essas pessoas estão vendo a água passar, infelizmente", comentou a procuradora, em entrevista à Rádio CBN.
Na última segunda-feira (15) moradores da cidade de Monteiro denunciaram a situação. Eles relatam que estão sofrendo com a falta de chuvas no Cariri do Estado, enquanto o canal da Transposição permanece seco, com rachaduras e até plantas no concreto. O bombeamento está suspenso, de acordo com a Agência Executiva de Gestão das Águas da Paraíba (AESA) desde fevereiro deste ano.
Providências
Diante das denúncias o Ministério Público Federal (MPF) oficiou o Ministério do Desenvolvimento Regional, órgão responsável pela Transposição, cobrando explicações sobre a manutenção dos canais. Mas para o MPF o problema é estrutural em uma obra que custou cerca de R$ 9 bilhões e apesar de já ter sido inaugurada e começado a operar, em fase de testes, está 98,7% concluída.
Sem resposta
Desde o início da semana, quando a denúncia de possível abandono dos canais foi feita, a produção da Rádio CBN em Campina Grande procurou o Ministério do Desenvolvimento Regional, mas até agora não obteve respostas sobre o problema.
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