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COTIDIANO

Famintos: empresários investigados por fraudes tinham grupo de WhatsApp para combinar encontros

Publicado em 16/10/2019 às 12:19 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:28

Informação está em um relatório de inteligência feito pela Polícia Federal e anexado ao processo da 'Operação Famintos'

As ferramentas tecnológicas são utilizadas hoje em praticamente todas as atividades. Mas as investigações da 'Operação Famintos', que apuram fraudes em licitações e desvios na merenda escolar de Campina Grande, descobriram uma forma 'inusitada' de utilizar a tecnologia para, supostamente, fraudar licitações públicas. É que o núcleo de empresários investigado na 'Famintos' tinha um grupo de WhatsApp que serviria, segundo a PF, para marcar encontros entre os membros. Em um desses encontros seria debatida a 'divisão' da merenda escolar entre as empresas que disputavam os processos licitatórios.

As informações estão em um relatório de análise feito pela Polícia Federal e já anexado ao processo da 'Operação Famintos'. Os agentes fizeram uma 'varredura' nos aparelhos celulares dos empresários Flávio Souza Maia e Marco Antônio Querino da Silva e descobriram a existência do grupo. De acordo com o documento, o grupo foi criado no dia 13 de dezembro de 2018, às 07h40, por Marco Antônio Querino. Mas o primeiro diálogo captado pelos investigadores tem a data de 19 de fevereiro deste ano.

De acordo com o relatório, estavam como membros do grupo do WhatsApp: Flávio Souza Maia, Marco Antônio Querino da Silva, Severino Roberto Maia de Miranda, o vereador Renan Maracajá, Frederico de Brito Lira, Ângelo Felizardo e Azuilo Santana de Araújo Filho, além de uma outra pessoa não identificada pelos policiais.

Diálogos do grupo

O relatório de inteligência descreve vários diálogos entre os participantes do grupo. A maior parte deles voltada para a marcação de um encontro entre os empresários, que aconteceria em um restaurante da cidade e teria por objetivo discutir a distribuição da merenda escolar em Campina Grande. Em um dos diálogos, interceptados pela Polícia Polícia Federal, o empresário Frederico de Brito Lira alerta os membros para a necessidade de apagarem as mensagens postadas.

Para a Polícia Federal, a postura demonstra a preocupação dele com as mensagens que poderiam ser colocadas no grupo e revelariam as fraudes. A Operação Famintos investiga fraudes em licitações e na merenda escolar de Campina Grande. No total, 16 pessoas já foram denunciadas pelo Ministério Público Federal. A operação já teve três fases, sendo a última delas deflagrada no dia 26 de setembro. 

Imagem

João Paulo

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