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PLENO PODER

Sob o olhar do MP, prefeitura 'derruba' bandeira amarela do Estado e autoriza aulas em CG

Prefeitura decidiu flexibilizar retorno da educação infantil em escolas privadas, escolas de idioma e aulas de reforço

Publicado em 02/10/2020 às 9:22 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:12

A classificação de bandeiras, feitas pelo Estado para regular a flexibilização das atividades nos municípios paraibanos, está valendo muito pouco. Pelo menos em Campina Grande, ela é apenas 'figurativa'. Ontem, por exemplo, a prefeitura anunciou a autorização para que escolas privadas retomem as atividades na educação infantil, assim como escolas de idiomas e aulas de reforço. Algo que 'derruba' as determinações da gestão estadual.

Só lembrando: Campina ainda continua classificada como na bandeira amarela, onde academias, cinemas, museus, casas de festas, escolas e instituições de ensino superior deveriam estar fechadas.

Aliás, Campina não é um caso isolado na Paraíba. Em Cabedelo as aulas do ensino superior também foram flexibilizadas.

A Procuradoria do Estado, por enquanto, ainda não se manifestou sobre o descumprimento dos decretos estaduais. E dessa vez a flexibilização foi dada sob o olhar da promotoria da educação de Campina Grande, que intermediou as discussões.

O MP deverá expedir recomendações para que instituições e alunos sigam protocolos de segurança e higiene. Mas convenhamos: é quase impossível garantir que crianças, do ensino infantil, cumpram protocolos estabelecidos durante todo o período de atividades escolares.

De acordo com a prefeitura, o pedido para o reinício das atividades foi das instituições privadas, que sofrem com altos índices de inadimplência e a crise financeira.

Foto: reprodução

Segundo o município, uma análise da Diretoria de Vigilância em Saúde verificou que, em Campina Grande, na faixa etária de 0 a 6 anos, foram registrados 48 casos positivos para COVID-19, onde os sinais foram análogos a síndromes gripais leves ou episódios alérgicos.

Mas o problema, nesses casos, não é a gravidade da doença nas crianças somente. Mas sim o contato delas, posterior, em suas residências. A Secretaria de Saúde do Estado fez um levantamento e identificou que 161 mil paraibanos idosos e em grupos de riscos mantêm contato direto com crianças e adolescentes em casa.

A parte 'boa', pelo menos, é que em Campina os pais deverão ter a opção de enviar, ou não, os filhos para a escola. Eles poderão optar por manter as crianças no ensino remoto, que tem se mostrado como a alternativa mais viável em tempos de pandemia.

Sendo assim, caberá ao senso de responsabilidade dos pais a escolha. E tomara que eles sejam responsáveis! Nunca é demais lembrar: ainda estamos em pandemia, embora alguns insistam em fazer de conta que o problema do vírus já foi resolvido.

Imagem ilustrativa da imagem Sob o olhar do MP, prefeitura 'derruba' bandeira amarela do Estado e autoriza aulas em CG

João Paulo Medeiros

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