COTIDIANO
Erialdo Pereira e suas lições
Publicado em 22/07/2016 às 15:10 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:48
Morreu Erialdo Pereira.
O amigo, conheci em 1978. Um colega de escola me disse: "você, que vai fazer jornalismo, precisa conhecer meu irmão".
Era Erialdo. Estava voltando do Rio, anos no Jornal do Brasil, recomeçando a vida em João Pessoa. Tinha o cabelo black power, a barba fechada e a ideia de fazer um filme sobre nosso poeta Caixa D´Água. Tomávamos cerveja e comíamos pipoca num lugar chamado La Cave, ali na Padre Meira.
O profissional, conheci na TV Cabo Branco. Foram 18 anos de convivência e muito aprendizado. Ele, na editoria geral. Eu, na chefia de redação.
Quando olho, de longe, para aquele tempo, me vem o ensinamento: "nunca devemos ser açodados". Sempre que sou, na vida ou no trabalho, fico profundamente arrependido.
Erialdo formou equipes. Mais do que isso: formou profissionais. E desempenhou papel fundamental na consolidação do jornalismo das TVs Cabo Branco e Paraíba. Sempre guiado - e a nos guiar - por valores e conceitos permanentes, mas cada vez mais escassos.
O gosto pelo bom texto. A informação correta. O esforço contínuo contra o erro. O senso ético. A ponderação. O debate permanente sobre os conteúdos produzidos.
E a frase que sempre voltava nas conversas, a voz por vezes quase inaudível: "nunca devemos ser açodados".
Tínhamos uma brincadeira: um dizia que faria o necrológio do outro. Estou eu aqui tentando fazer o dele. Mas as palavras não são suficientes.
Comentários