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SILVIO OSIAS

Reaudição de domingo: o melhor de Zé Ramalho num box com quatro CDs.

Publicado em 21/08/2016 às 7:34 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:47

O recente concerto de Zé Ramalho com a Orquestra Sinfônica da Paraíba me leva a reouvir A Caixa de Pandora e a resgatar um texto em que comento o box e narro um reencontro com o artista.

Quatro discos oferecem uma síntese da carreira de Zé Ramalho. O autor e o produtor Marcelo Fróes escolheram um repertório que funde o que é previsível ao que não é.

Dois discos reúnem os sucessos. As canções retiradas dos primeiros discos de Zé reavivam a lembrança do instante em que ele se consolidou como um artista de dimensão nacional, na segunda metade da década de 1970. Conservam a beleza e a força originais. Atravessam o tempo. Permanecem colocadas aos nossos ouvidos e à nossa memória afetiva. É bom compará-las com as regravações da Antologia Acústica. Cada versão tem vida própria. As mais antigas flagram o artista num momento de intensa criatividade, com a voz jovem e os desejos da conquista. Aquelas feitas 20 anos depois trazem o distanciamento da maturidade.

A caixa segue com um disco dedicado ao intérprete. De Caetano, Gil, Milton, Tom, Roberto & Erasmo. Lá estão também Raul Seixas, Gonzaguinha, Renato Teixeira, Lulu Santos e Guilherme Arantes. Muitos fonogramas vieram do álbum duplo Estação Brasil. Zé e Fagner brilham na releitura de Amigo, de Roberto & Erasmo, transformada num choro canção que está entre as faixas inéditas.

O quarto disco é o das raridades. Nele aparecem algumas gravações feitas para o CD dedicado a Raul e não liberadas à época do lançamento. Nos últimos anos, nos trabalhos em que o intérprete se sobrepõe ao autor, temos a confirmação de que, ao gravar outros compositores, Zé Ramalho confere às canções um toque tão pessoal que algumas soam como se fossem suas. É uma marca registrada quando se debruça sobre repertório não autoral.

Reencontro Zé Ramalho. O artista no seu refúgio paraibano, na praia de Areia Dourada. A conversa tem a serenidade da passagem do tempo. As músicas interpretadas ao violão, no sofá da sua casa, mostram o autor na intimidade, com um registro vocal mais grave. Um privilégio ouvi-las assim bem de perto. E poder observar cada detalhe das performances. Elas são muito diferentes do que vemos no palco. Têm um despojamento que valoriza a beleza das melodias e realça a magia dos versos.

Zé continua apaixonado por tudo o que ouviu. Não apenas pela música que criou. Ele não perdeu o prazer de ouvir os artistas que admira desde a juventude. No reencontro com amigos dos anos 1970, faz como nos velhos tempos: promove uma audição repleta de comentários, tal como se fazia há mais de 40 anos nas intermináveis reuniões em que ouvíamos discos de vinil.

Imagens e sons de uma época. Os músicos com as canções que se transformaram na trilha sonora de nossas vidas. Uma revisão que mistura empolgação e nostalgia. E reafirma a convicção do quanto tudo aquilo foi e continua sendo essencial.

O anfitrião nos conduz a um passeio por números que estão retidos nas nossas memórias. Uma alegria poder compartilhá-los com um artista como Zé Ramalho!

Imagem ilustrativa da imagem Reaudição de domingo: o melhor de Zé Ramalho num box com quatro CDs.

Silvio Osias

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