COTIDIANO
A morte de Santo e outras mortes. Longa é a arte, tão breve a vida!
Publicado em 16/09/2016 às 6:16 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:46
A morte do ator Domingos Montagner, o Santo de Velho Chico, nos deixa estarrecidos.
A notícia do desaparecimento, durante um mergulho no São Francisco, veio no meio da tarde desta quinta-feira (15). No início da noite, a confirmação do que já parecia inevitável.
A precocidade, a circunstância trágica, o talento, a beleza física, o sucesso, o reconhecimento, a força do personagem. Tudo se mistura em meio à perplexidade até de quem não acompanhava tão atentamente a novela, mas o suficiente para perceber quantos diferenciais há nela.
A morte de Montagner fala da relação afetiva que construímos com atores e atrizes e seus personagens. E do quanto são dolorosas essas perdas. Como se elas ocorressem bem perto de cada um de nós. Mortes assim assustam porque falam do imprevisível e da brevidade da vida.
Lembro aqui de Jardel Filho, o grande ator de Terra em Transe, levado por um ataque cardíaco durante Sol de Verão. Ou de Sérgio Cardoso, o eterno Antônio Maria, que nos deixou antes de terminar O Primeiro Amor. Ou, ainda, da jovem Daniela Perez, assassinada por um colega de elenco e pela mulher dele quando fazia De Corpo e Alma.
A arte imita a vida é um clichê.
Na trama, Santo desapareceu nas águas do Velho Chico para ressurgir lá na frente.
Na vida real, Montagner morreu nas águas do São Francisco.
A vida a imitar a arte - não há como fugir da inversão do clichê!
Nem do verso de Tom Jobim, que a gente ouvia na trilha de uma novela, uns 25 anos atrás:
Longa é a arte, tão breve a vida!
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