SILVIO OSIAS
No Dia da Consciência Negra, Zumbi, um pastor e quatro músicos
Publicado em 20/11/2016 às 6:11 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:49
No Dia da Consciência Negra, Dom José Maria Pires.
Dom Pelé, Dom Zumbi. Arcebispo da Paraíba por 30 anos. Firme e doce a um só tempo. Pastor cristão que dialogava com os não cristãos. Com os ateus. Que celebrou a Missa dos Quilombos. Que tinha a convicção de que o problema do mundo não estava na divisão entre capitalistas e socialistas, mas entre ricos e pobres.
(Essa foto, ganhei dele quando eu tinha sete anos. O ano está na dedicatória: 1966.)
No Dia da Consciência Negra, Gilberto Gil.
Agora que a América elegeu Trump e que a França pode dar uma guinada à direita, lembro da presença de Gil no SOS Racismo, em Paris, e dos versos escritos em francês 30 anos atrás, mas ainda tão atuais.
A tradução é mais ou menos assim:
O que faz Jean-Paul Sartre pensar
Faz Yannik Noah jogar
Faz Charles Aznavour cantar
Faz Jean-Luc Godard filmar
Faz bela Brigitte Bardot
Faz pequeno o maior dos franceses
Faz grande o menor dos chineses
Portanto, não incomode meu chapa!
No Dia da Consciência Negra, Moacir Santos.
O maestro lembrava que todos os homens são irmãos. E acrescentava algo: que alguns são irmãos duas vezes. Quando somente a verdade prevalece entre eles.
Na hora em que se ajoelhou diante de uma igreja, pedindo para ser merecedor do amor de uma mulher, o autor de Nanã não rogou ao Deus dos católicos, mas à mãe natureza!
No Dia da Consciência Negra, uma imagem que não precisa de palavras. Pixinguinha fotografado por Walter Firmo.
No Dia da Consciência Negra, Zumbi, de Jorge Ben. África Brasil!
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