COTIDIANO
Paul McCartney, o mais musical dos Beatles, faz 75 anos
Publicado em 18/06/2017 às 7:24 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:44
Paul McCartney faz 75 anos neste domingo (18).
É um dos grandes compositores de música popular do seu tempo. Nos Beatles ou longe deles, Paul escreveu canções que o tornaram autor de um invejável songbook, realizando um sonho que talvez tenha começado quando seu pai, músico amador, lhe apresentou ao cancioneiro americano da primeira metade do século passado. Um parâmetro e tanto para quem queria compor.
Paul McCartney é amado e respeitado no mundo inteiro. É praticamente uma unanimidade. Mas nem sempre foi assim.
Na segunda metade dos anos 1960, no momento em que os Beatles trocaram o palco pelo estúdio e produziram seus discos mais criativos, não era pequeno o número de fãs que queriam atribuir a John Lennon, e não a McCartney, todas as ideias inteligentes que enxergavam no grupo. Como se Paul fosse apenas um bom moço com talento para compor melodias bonitas. Não sabiam dos vínculos que estabeleceu com o que havia de mais contemporâneo no mundo das artes na Londres daquela época, nem do seu interesse pelas vanguardas da música erudita.
Não se trata de diminuir a importância de Lennon, sua inquietação, sua ligação com as artes de vanguarda através de Yoko Ono, seu engajamento político. Não. Apenas de dimensionar corretamente o papel desempenhado por McCartney dentro dos Beatles.
Ele era o mais musical dos quatro, o que melhor se desenvolveu como compositor, o que escreveu o maior número de grandes canções.
Não foi à toa que, em 1967, concebeu o Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, marco na carreira do grupo e em todo o pop/rock. O álbum é sua obra-prima, uma suíte que enobrece o rock com seu repertório e sua sonoridade.
Aos 23 anos, em 1965, McCartney escreveu a canção mais gravada da era do disco. Yesterday, que gravou acompanhando-se ao violão, com cordas arranjadas pelo maestro George Martin, pode ter sido o primeiro sinal de que os Beatles iriam amadurecer rapidamente e deixar para trás a ingenuidade que os seguiu no início da carreira.
No ano seguinte, assinava canções como Eleanor Rigby, Here, There and Everywhere e For No One. E, logo depois, Penny Lane, inspirada evocação da infância em Liverpool. Nas muitas baladas, mas também nos rocks, há uma fluidez melódica e um domínio do artesanato da canção no seu trabalho que o colocam no topo, se pensarmos nos demais compositores populares daquela geração.
McCartney brilhou como beatle e continuou brilhando após a dissolução do grupo. Criou o Wings, excursionou com a nova banda até que ela se dissolvesse e permaneceu em atividade intensa, sempre dividido entre os estúdios e os palcos. Flertou com a música erudita, mas sua praia é mesmo o popular de extremo bom gosto.
É um dos grandes artistas do século XX por tudo o que compôs e gravou. Aos 75 anos, continua percorrendo o mundo com seu show, carismático e generoso com os que têm a alegria de vê-lo de perto.
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