QUAL A BOA?
Kleber Mendonça Filho em busca de atores para novo filme
Publicado em 10/01/2018 às 7:11 | Atualizado em 22/06/2023 às 13:45
Estive pela primeira vez com Kleber Mendonça Filho em 2010.
Ele e Jomard Muniz de Britto participaram, no Recife, do lançamento de Cinema por Escrito, coletânea que organizei com artigos do crítico paraibano Antônio Barreto Neto.
À época, O Som ao Redor ainda não estava finalizado.
Nesta terça-feira (09), novamente no Recife, reencontrei Kleber nos bastidores do show de Caetano Veloso & filhos.
Agora, depois de O Som ao Redor e Aquarius, o cineasta pernambucano trabalha com Bacurau, seu novo projeto.
Nesta quarta-feira (10), ele estará em João Pessoa à procura de atores.
Antes de admirar o cineasta, admirei o crítico de cinema Kleber Mendonça Filho.
Grande texto, no nível dos melhores da crítica.
O salto do exercício crítico para a direção de filmes não é incomum, mas é perigoso. Nem sempre dá certo.
A despeito de tudo, temos Truffaut e Godard como inspiração.
Kleber é do grupo dos que acertaram.
Seu curta Recife Frio já parecia anunciar que estávamos diante de um grande cineasta.
Quando veio O Som ao Redor, não havia mais dúvida. Em seguida, Aquarius.
Kleber Mendonça (não é exagero) faz filmes no nível do que há de melhor em qualquer lugar do mundo.
O Som ao Redor e Aquarius provocam um prazer estético que pode ser resumido assim: nós vemos seus filmes com a certeza de que estamos diante de um artista com um domínio extraordinário do seu ofício.
Conversamos um pouco no backstage de Caetano. Falamos sobre Waldemar José Solha, esse paulista/paraibano que teve grande atuação em O Som ao Redor, E, claro, falamos dos filmes de Kleber.
Quando mencionei a legitimidade do protesto dele contra o governo brasileiro em Cannes, também fiz questão de dizer que Aquarius é bem maior do que isso.
A reação serena de Kleber é de quem tem consciência absoluta da força e da perenidade do seu cinema.
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