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COTIDIANO

Caetano Veloso e filhos ao vivo. Tudo é amor e talento

Publicado em 11/01/2018 às 6:52 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:43

"Não é nepotismo. É amor e talento. O amor de que o coração de Tom Jobim é o maior repositório. O amor pela música, pelos homens humanos e pela travessia do Brasil".

Guardei na memória.

Esse é o final de um texto que li na Folha de S. Paulo de nove de dezembro de 1994, no dia seguinte à morte de Antônio Carlos Jobim.

O autor do texto: Caetano Veloso.

A lembrança foi inevitável quando vi, nesta terça-feira (09), no Recife, o show Caetano Moreno Zeca Tom Veloso.

O que Caetano escreveu sobre Tom e seus filhos é o que temos hoje quando Caetano e seus filhos se juntam e saem em turnê.


				
					Caetano Veloso e filhos ao vivo. Tudo é amor e talento

O show é de uma delicadeza singular.

De uma beleza incomum.

Um pai de 75 anos fazendo música ao vivo com seus filhos. O mais jovem, com 20 anos. O primogênito, com 45. O do meio, com 25.

O caráter familiar não está só no encontro dos quatro, mas também no repertório que apresentam.

Uma canção para Dedé, a mãe de Moreno. Outra para Paula, a mãe de Zeca e Tom. As canções do pai para os filhos. As parcerias do pai com os filhos. A presença da mãe de Caetano. A canção (O Leãozinho) que tantos pais gostam de cantar para os filhos. A lembrança dos avós e dos tios. A religiosidade dos filhos, o pai irreligioso que compôs um Ofertório para ser cantado na missa em Santo Amaro.

Tudo gira em torno desses amores, desses afetos.

São verdadeiros presentes que eles se dão.

E são verdadeiros presentes que eles nos dão.

Chico Buarque conseguiu se desfazer de A Banda. Caetano não conseguiu fazer o mesmo com Alegria, Alegria. Acabou sendo muito bom. Meio século mais tarde, podemos ouvir a canção sem o impacto das guitarras elétricas, mas como a marchinha que ela sempre foi.

Ela e Eu virou samba. O Seu Amor remete a Gil e aos Doces Bárbaros. Dona Canô está em Reconvexo e Genipapo Absoluto. O samba de roda da Bahia está em Boas Vindas e How Beautiful Could a Being Be. Todos estão em Gente.

Gente é pra brilhar, não pra morrer de fome.

Há 40 anos, quando Moreno era uma criança e Zeca e Tom nem eram nascidos, os críticos de Caetano não prestavam atenção nesse verso.

Ele ainda me comove.

Continua belo. Permanece necessário.

Nesse grande artista, que a gente agora vê dividindo o palco com os filhos, é vivíssimo o amor pela música, pelos homens humanos e pela travessia do Brasil.

Imagem

Silvio Osias

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