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COTIDIANO

Feministas não deveriam dar audiência às baixarias da televisão

Publicado em 11/06/2018 às 8:06 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:43

Eu jamais saberia que o apresentador de um programa policial falou mal das mulheres que não pintam as unhas e outras coisas mais.

Soube através das manifestações de feministas nas redes sociais.

Deduzi que algumas delas ligam a TV para ver o cara. Vão no face dele, no instagram.

Ou seja: perdem tempo com um sujeito que entra nas casas para dizer coisas absolutamente indefensáveis.

Sou jornalista, mas nem por razões profissionais quero saber quem é esse cara, o que ele faz, de onde veio, as barbaridades que diz, etc.

Não faz parte da minha vida.

Não pertence ao universo das coisas que me interessam e me enriquecem.

Não está inserido no jornalismo que produzo.

Na Globo, de quem se fala tão mal, William Waack, que é um jornalista qualificadíssimo, caiu por muito, mas muito menos.

E que bom que assim tenha sido.

Aqui, não.

Numa nota, a emissora pede desculpas ao telespectador, mas menciona o respeito à liberdade de expressão do apresentador.

OK.

Por liberdade de expressão, lutamos todos nós.

Mas isso não nos dá o direito de dizer tudo. De defender o que não pode ser defendido. Como vemos seguidas vezes nos programas policiais dos canais abertos de televisão.

Passei em frente à emissora e vi mulheres gritando palavras de ordem, exibindo cartazes, batendo tambores.

Manifestações assim, desde que pacíficas, são sempre legítimas. É o que penso.

Mas, francamente, estão dando cabimento demais a quem não merece.

Quando trabalhei numa emissora que abre muito espaço para esses programas popularescos, lá dentro vivi a ilusão de que eles têm uma repercussão extraordinária.

Repercutem, sim. É verdade.

Mas, de volta ao mundo real, verifiquei que, do lado de fora, se fala muito menos dessas "estrelas" do jornalismo do que se pensa.

O mundo desses personagens tem muita fantasia que eles próprios alimentam.

E tem - claro - o diálogo deles com o mercado, com os políticos, com interesses que não são os mesmos das pessoas comuns.

Não raro, defendem argumentos machistas, racistas, homofóbicos. A tortura, a pena de morte, a justiça com as próprias mãos. São contra os direitos humanos.

Estão na contramão dos marcos das sociedades civilizadas.

As feministas vivem hoje uma intensa retomada de suas pautas mais importantes.

Têm uma agenda de prioridades.

Um papel a desempenhar.

Não deveriam perder tempo com programas policiais.

Nesse episódio recente, deram visibilidade e mais audiência a quem não merece.

Disseram que o cara existe a quem nem sabia. Ou a quem sabia, mas nunca tinha visto.

Em que medida contribuíram para abrir um debate concreto e com resultados sobre o necessário compromisso que quem é responsável por esses programas deve ter com as questões que envolvem os direitos humanos?

Acredito - sinceramente - que erraram mais do que acertaram.

Imagem

Silvio Osias

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