CULTURA
A ditadura na mira na Kiwi
Espetáculo 'Morro Como um País – Cenas Sobre a Violência de Estado', da Kiwi Companhia de Teatro, estreia em João Pessoa.
Publicado em 30/05/2014 às 6:00 | Atualizado em 29/01/2024 às 15:59
Em março de 2013, surgia nos teatros paulistanos um projeto artístico que unia espetáculos, produções audiovisuais e debates sobre os anos de chumbo no país. Morro Como um País – Cenas Sobre a Violência de Estado, da Kiwi Companhia de Teatro, estreia hoje em João Pessoa, às 20h, no Centro Cultural Piollin.
Através de um trabalho de pesquisa, a companhia entrou em contato com ex-presos e presas políticos e criou um espetáculo que utiliza recursos visuais e musicais para gerar reflexões sobre o poder do Estado. "Montamos um roteiro a partir de documentos históricos e de depoimentos reais. O texto 'Morro Como um País', de Dimitris Dimitriadis, que dá o nome ao espetáculo, nos inspirou poeticamente", conta Fernanda Azevedo, atriz do monólogo.
O texto citado traz a ditadura dos coronéis nos anos 70 na Grécia, narrado sem linearidade, característica trazida ao monólogo. Apesar de ser o assunto principal, a temática dos regimes ditatoriais não é a única seguida no espetáculo dirigido por Fernando Kinas.
"Falamos sobre a violência do Estado, sobre o abuso da força e o aumento da tortura mesmo com o período democrático que vivemos", explica a atriz.
Logo após a apresentação de hoje, acontecerá um debate com representantes da Comissão Estadual da Verdade, Memória e Justiça e a exibição do filme de Alípio Freire, 1964 – Um Golpe Contra o Brasil.
"Nossa companhia existe há 17 anos e está em trabalho constante. Escolhemos temas socialmente importantes e partimos para o lado artístico", acrescenta.
A peça fica em cartaz até domingo, quando será encenada mais cedo, às 19h. A entrada é gratuita e os ingressos podem ser retirados uma hora antes do apresentação.
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