COTIDIANO
Lourdinha Luna viu a História passando ao seu lado
Publicado em 31/07/2018 às 9:44 | Atualizado em 30/08/2021 às 23:38
Na infância e na adolescência, fui muito à praia do Cabo Branco.
Costumava ficar na frente da casa de Zé Américo.
De longe, avistava o ministro. Sozinho. Ou conversando com as visitas no alpendre. Algumas vezes, com Lourdinha Luna por perto.
Era a História viva que estava ali. E como testemunha privilegiada, Lourdinha Luna, que nos deixou na noite desta segunda-feira (30).
Lourdinha foi secretária de Zé Américo durante quase duas décadas. Ele morreu com ela ao seu lado, em março de 1980.
Lourdinha acompanhou o outono e o inverno da vida do autor de A Bagaceira.
Depois que ele se foi, viveu mais 38 anos.
Contou histórias que precisavam ser contadas, pois que eram essenciais para a nossa própria história. Mas usou filtros.
Filtros da sua consciência, dos seus limites éticos.
Lourdinha Luna morreu guiada por esses filtros. Foi fiel a eles. Fez como deveria ser feito.
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