COTIDIANO
Os que votaram no PT estavam certos ou errados?
Publicado em 03/10/2018 às 6:55 | Atualizado em 30/08/2021 às 23:37
1982.
O Brasil voltava a ter eleições diretas para os governos estaduais.
Na Paraíba, a disputa era entre Wilson Braga, do PDS, e Antônio Mariz, do PMDB.
Wilson, deputado federal, vinha da Arena, o partido da ditadura.
Mariz, deputado federal, também vinha, mas rompera com a Arena por não ter sido escolhido governador biônico em 1978.
Na Paraíba, um grupo de artistas, jornalistas e intelectuais não votava em Wilson nem em Mariz.
Essas pessoas apostavam num partido de esquerda, novo, pequeno, que estava sendo construído e que tinha em seu comando um cara que poderia se transformar numa grande liderança nacional.
O partido, o PT.
O cara, Lula.
O grupo de paraibanos quis se manifestar publicamente. Redigiu um manifesto, fez uma modestíssima cota e publicou o texto como matéria paga nos jornais do estado.
O que guiava aquele grupo - acertando ou errando - era a ideia de que nem tudo, no jogo político e no campo democrático, deveria estar circunscrito ao PMDB, o partido do Dr. Ulysses Guimarães. De que era válido buscar outros caminhos. De que não seria em vão votar em candidatos simbólicos de tão pequenos que eram porque, neles, havia algo que apontava para o futuro.
Veio a eleição, que tinha um só turno e era realizada em 15 de novembro, o feriado da proclamação da República.
A oposição venceu em São Paulo com Franco Montoro (PMDB), no Rio de Janeiro com Leonel Brizola (PDT) e em Minas Gerais com Tancredo Neves (PMDB).
O PDS foi o grande vitorioso no Nordeste. Até mesmo em Pernambuco, de tantas lutas da esquerda, onde o candidato Marcos Freire, do PMDB, parecia imbatível.
Na Paraíba, Wilson Braga derrotou Antônio Mariz.
O candidato do PT era Derly Pereira.
Essas histórias de eleições que a gente retém na memória guardam pequenas lições.
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