COTIDIANO
"Sei que eu sou bonita e gostosa..."
Publicado em 16/01/2019 às 6:52 | Atualizado em 30/08/2021 às 23:36
A cantora e atriz Edyr de Castro morreu nesta terça-feira (15) no Rio de Janeiro.
Tinha 72 anos e sofria do Mal de Alzheimer.
Ela se projetou na segunda metade da década de 1970 como integrante do grupo As Frenéticas.
Sei que eu sou bonita e gostosa Sei que você me ama e me quer
Acho que só sabe mesmo quem foi contemporâneo.
As Frenéticas foram uma explosão de saúde e vitalidade no Brasil de 1978.
Quando elas conquistaram nossos corações e corpos, a ditadura militar já se aproximava dos seus estertores.
Tínhamos uma cena musical incrível, mas é preciso admitir que a esquerda era muito careta.
Havia a patrulha ideológica a dizer o que era e o que não era alienado.
Ouvir As Frenéticas? Pura alienação!
A sorte é que vozes sensatas defendiam o argumento de que a esquerda precisava se arejar.
Os versos de Perigosa continham irresistíveis provocações, e a música era absolutamente contagiante.
Nem o poeta Drummond, já se aproximando dos 80, resistiu à alegria das Frenéticas e confessou numa das suas crônicas no Jornal do Brasil.
A morte de Edyr de Castro me remeteu ao Brasil que dançou com As Frenéticas.
Tempo de muitos sonhos.
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