COTIDIANO
De volta ao Brasil, McCartney já foi tratado como lixo pop
Publicado em 22/03/2019 às 9:03 | Atualizado em 30/08/2021 às 23:36
Paul McCartney está de volta ao Brasil.
Na semana que vem, fará shows terça (26) e quarta (27) em São Paulo e sábado (30) em Curitiba, onde esteve pela última vez em dezembro de 1993.
Às vésperas de completar 77 anos, faz tempo que Paul é uma unanimidade no mundo do pop/rock.
Mas nem sempre foi assim.
Ele já foi considerado um verdadeiro lixo pop.
Precisou até de um livro - Many Years From Now - para tentar desfazer essa imagem.
Perrepistas e liberais.
Estados Unidos e União Soviética.
Flamengo e Vasco.
Sabem aquelas forças antagônicas?
Tipo Beatles e Rolling Stones?
Pois é. Um dia houve também John Lennon e Paul McCartney.
No início dos anos 1970, ou você era John Lennon ou era Paul McCartney.
Muito raramente havia espaço para os dois na mesma discoteca.
John Lennon era o gênio politizado.
Paul McCartney era o tolo que fazia muzak.
Uma bobagem sem tamanho que, em alguns, perdurou até a década de 1990!
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Nunca gostei dessa conversa.
Sempre amei imensamente os dois. Compreendendo que um era diferente do outro. Por isso, se completavam enquanto beatles.
John Lennon fez John Lennon/Plastic Ono Band. E Imagine.
Paul McCartney fez Band on the Run. E Venus and Mars.
E ainda teve George Harrison que fez All Things Must Pass. E Living in the Material World.
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Desde 2010, o relançamento dos discos de Paul McCartney, em caprichadas edições, propicia um feliz reencontro com o seu cancioneiro solo.
Já são 12 volumes remasterizados e com material inédito.
Agora mesmo, temos mais dois no mercado: Wild Life e Red Rose Speedway, da época do grupo Wings.
Foram execrados por críticos e ouvintes na primeira metade dos anos 1970.
Padeciam de um comercialismo vulgar - diziam os que detratavam Paul.
Hoje, são adoráveis. Reúnem rocks e baladas com a inconfundível e competentíssima assinatura do autor.
Não têm nada de lixo pop.
É pop/rock de primeira qualidade.
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