COTIDIANO
Bolsonaro quer, mas golpe militar não se comemora
Publicado em 26/03/2019 às 7:35 | Atualizado em 30/08/2021 às 23:36
Meu pai me ensinou logo cedo:
Está errado dizer Revolução de 31 de Março.
Esta é a versão oficial, mas não houve revolução coisa nenhuma.
O que houve foi a deposição, por militares, de um presidente civil.
Isto é um golpe militar.
Legitimamente, Jango foi eleito vice em 1960 e assumiu a presidência no ano seguinte, na renúncia de Jânio.
Mas meu pai me ensinou também que era perigoso falar em golpe militar, ditadura, etc.
Só mais tarde faremos isso livremente - ele me disse.
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A ditadura militar brasileira durou longos 21 anos. Da deposição de Jango, em março de 1964, à posse de Sarney, em março de 1985.
Houve prisões, cassações, exílios, tortura, assassinatos, desaparecimentos.
Houve fechamento do Congresso, censura à imprensa e à produção cultural, e perseguição a lideranças civis, estudantes, padres e bispos.
Como costuma haver nas ditaduras que começam com um golpe militar contra um presidente civil.
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No tempo da ditadura, todo ano havia comemoração do 31 de março.
A partir da redemocratização, ficou restrita aos quartéis.
Acabou no governo de Dilma.
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O golpe militar de 31 de março de 1964 fará 55 anos no próximo domingo.
O presidente Jair Bolsonaro mandou que fosse comemorado pelos militares.
Bolsonaro quer contar a história do jeito que ela era oficialmente contada durante a ditadura.
É um ataque à memória nacional e um desrespeito às regras do jogo democrático.
Golpe militar não se comemora.
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